A quebra de braço do PT para ter às mãos o IPhan em Goiás

Pedro Wilson confirma que pode assumir superintendência ou, caso dê zebra, pode ir para conselho

Postado em: 13-03-2023 às 07h45
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: A quebra de braço do PT para ter às mãos o IPhan em Goiás
Pedro Wilson confirma que pode assumir superintendência ou, caso dê zebra, pode ir para conselho | Foto: Divulgação/ PT

Um mês depois de assumir a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, busca, junto com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a escolha para o nome que vai ocupar a vaga de superintendente da instituição em Goiás.

A reportagem do jornal O Hoje, no entanto, apurou que existe uma pressão de outros partidos, além do PT, que querem o órgão. A disputa acirrada tem sido travada pela executiva nacional que não abre mão, por ora, que já tem ao menos dois nomes de sua preferência.  

Tem sido ventilado um nome da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Trata-se, dizem petistas, de Antônio Caldas, da PUC-Goiás, para superintendente do Iphan em Goiás. Caldas é técnico e um fluído conhecedor das tratativas do órgão em Goiás. 

Continua após a publicidade

Depois de discutido entre o próprio presidente do Iphan e a ministra da Cultura, o nome escolhido ainda deve ser conversado com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. 

Embora o nome de Antônio Caldas seja unanimidade pela capacidade técnica e, também ideológica, existe outro nome à altura para ocupar o cargo: o ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, um petista que, além de ser de carteirinha, tem uma forte atuação nas principais discussões da cidade, abarcando patrimônio. E não tem como negar: além de conhecer bastante, tem voz ativa na defesa. 

Além de ter sido deputada federal e prefeito, o petista é um aguerrido professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG). Não mais ou menos importante que Antônio Caldas, Pedro Wilson é o nome mais defendido nos bastidores do diretório do PT de Goiânia. 

O jornal Opção trouxe uma informação importante para as tratativas. O periódico registrou que um repórter ouviu, em Brasília, a expectativa de Pedro Wilson, caso não vá para a superintendência do Iphan, assuma algo. O jornal aposta em algo no Ministério do Meio Ambiente, comandado pela ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade). 

Pedro Wilson confirmou a informação ao Jornal O Hoje na tarde deste domingo (12). “A gente está na luta. A minha prioridade é ficar em Goiânia, mas tem a possibilidade de um conselhão. Mas tem algo pra gente que pode ser definido nesta semana”, disse o petista. 

Eleito sob a promessa de construir um governo de “frente ampla”, Lula da Silva tem se desdobrado, acima de tudo, para evacuar os corredores do atual poder dos “remanescentes do bolsonarismo”. Como o organograma é, de fato, completo e feito de teias de servidores efetivos e nomeados – muitas vezes por interesse político -, há uma tendência de que esses cargos usem o mesmo método adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro: uma vasculhada no currículo e investigação ideológica. 

Talvez por isso ainda haja alguns vácuos de expectativa de nomeação em diversos cargos. No caso do goiano Pedro Wilson e do próprio Antônio Caldas, como comentou um petista ex-deputado ao O Hoje, não haverá nenhum tipo de problema neste sentido. O que se espera é que apenas Padilha dê o aval e coloque uma pedra no assunto, enterrando de vez a expectativa de qualquer outro partido de ter a vaga para si. 

O superintendente do Iphan em Goiás, Allyson Cabral, já sofreu algumas pressões políticas depois de assumir ao cargo, em setembro de 2019. Nomeado pelo então ministro Osmar Terra, da Cidadania, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que o governo federal tornasse a nomeação sem efeito. 

A representação foi feita após o deputado federal Professor Alcides, responsável pela indicação de Cabral, ter sido citado na peça com a seguinte afirmação: “Lá no Iphan deve ter pessoas qualificadas, mas não são pessoas que conheço e confio. Como o cargo é meu, vou indicar a pessoa que eu confio. É um cargo de confiança”. Cabral segue no cargo. 

Veja Também