Vanderlan defende permanência de presidente do Banco Central

Senador goiano tem mantido contato constante com Roberto Campos Neto, que deve ir à Comissão de Assuntos Econômico em abril

Postado em: 14-03-2023 às 07h53
Por: Francisco Costa
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Senador goiano tem mantido contato constante com Roberto Campos Neto | Foto: Pedro França/ Agência Senado

O senador goiano Vanderlan Cardoso (PSD), que preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, tem mantido contato constante com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e defenderá a permanência dele na entidade. A informação foi confirmada por aliados do congressista.

Vale citar, o presidente do Banco Central recebeu várias investidas por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) este ano. Ainda em janeiro, o petista criticou a independência do BC e o atual patamar da taxa Selic, referência para os demais juros da economia do País e que atualmente está em 13,75%.

Na ocasião, o chefe do Executivo disse que havia um “descompasso” entre a Selic e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, que mede o aumento dos preços) e afirmou que “a gente poderia nem ter juros”. “Qual é a explicação para a gente ter um juro de 13,5% hoje? O BC é independente, a gente poderia não ter nem juro, não é verdade? A inflação está 6,5%, 7,5%. Por que os juros estão 13,5%?”, questionou.

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Em resposta à declaração do presidente, Roberto Campos Neto reforçou que a independência da instituição, criticada por Lula, é o que ajuda a diminuir a volatilidade do mercado. “Lula se orgulha de Henrique Meirelles [ex-presidente da autoridade monetária] ter sido independente no BC e acha que não precisa da lei, porque ele garante a independência sem lei. Mas, olhando para o Brasil, vemos que o mercado seria muito mais volátil se não houvesse a independência em lei. Seria uma questão que adicionaria mais volatilidade na curva longa de juros”, argumentou durante palestra na UCLA Anderson School of Management, nos Estados Unidos.

Campos Neto reafirmou que ficará no cargo até o fim do mandato à frente do BC. “A independência não é um desejo só do Banco Central. Temos que responder ao desejo dessas pessoas que votaram essa lei e mostrar que vamos seguir independentes”, completou. Inclusive, conforme fontes e já mencionado, a proximidade de Vanderlan com o presidente do BC indica que o senador goiano vai defender a permanência dele na entidade, caso Lula entre em rota de colisão com Campos Neto. 

Campos na CAE

O senador Vanderlan Cardoso foi confirmado na última quarta-feira (8) como presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, a segunda mais importante da Casa. Além de ser do mesmo partido de Pacheco, ele era vice de Otto Alencar (PSD-BA) no colegiado. Conforme apurado, desde o ano passado já teria um combinado para que ele pudesse assumir o cargo nessa gestão.

Ainda segundo o novo presidente, mesmo antes da definição, a Comissão já debatia pautas relevantes e seguirá. Ele cita, entre outras coisas, discussões sobre a taxa Selic, dívida pública, carga tributária e a independência do Branco Central.

Vanderlan, inclusive, já apresentou um requerimento convidando o presidente do Banco Central.  “Conversei com o presidente Campos Neto e fiz o convite para que ele venha até a CAE tirar as dúvidas que ainda existem sobre a Selic. Ele está bem disposto e com certeza teremos uma reunião bastante produtiva.” 

A expectativa é que Roberto Campos Neto vá à comissão no começo de abril, após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A próxima reunião do Copom acontece nos dias 21 e 22 de março. Na ocasião, serão debatidos os rumos da taxa Selic e a situação econômica no Brasil.

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