Glaustin vê com “preocupação” prazos estimados por Haddad para votação da reforma tributária

Ministro considerou possível votação do texto na Câmara até julho deste ano. Ele também estimou que a matéria passe pelo crivo do Senado até outubro

Postado em: 14-03-2023 às 08h10
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Glaustin vê com “preocupação” prazos estimados por Haddad para votação da reforma tributária
Ministro considerou possível votação do texto na Câmara até julho deste ano | Foto: Reprodução/ Sérgio Lima

Durante evento promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, na manhã da última segunda-feira (13/3), o ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, disse ser possível votar a reforma tributária sobre o consumo na Câmara dos Deputados até julho deste ano. Ele também considerou possível concluir a votação do texto no Senado até outubro. 

Dada a importância do tema e o peso da matéria, nos bastidores da política goiana circula o entendimento de que o ministro teria ‘exagerado’ em relação aos prazos. Acontece que no entendimento de algumas lideranças, deputados e senadores não estão dispostos a correr contra o relógio e passar uma reforma ‘à toque de Caixa’ no Parlamento. 

Pensando em esclarecer esse cenário, O HOJE conversou, na tarde da última segunda, com o único representante do Centro-Oeste no grupo de trabalho da reforma tributária, o deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos-GO). Com isso, o federal, que é ligado ao setor empresarial, tem se revelado uma voz importante no debate sobre a PEC. 

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“O presidente da Câmara, Arthur Lira, também tem falado em votar a reforma ainda neste semestre. De fato, estamos todos debruçados nessa pauta e os trabalhos estão avançando. Mas tenho uma grande preocupação, inclusive na primeira reunião do GT da Reforma Tributária, do qual faço parte, eu manifestei exatamente isso”, disse o parlamentar em entrevista ao O HOJE.

Para ele, é “indiscutível” a necessidade e urgência de se fazer uma reforma no sistema tributário brasileiro. “Essa questão vem sendo discutida há mais de 30 anos e é um grande desafio da atual legislatura”, acrescentou.  “Porém, não podemos atropelar as coisas. Essa reforma vai impactar diretamente o futuro da economia do nosso País. Claro que sabemos que não haverá consenso, mas precisa ter no mínimo diálogo e equilíbrio”.

Na sequência, o deputado indagou: “Como querem mudar em seis meses um sistema complexo de 50 anos?”. Glaustin afirma ter externado tal inquietude ao coordenador do grupo,  Reginaldo Lopes. Ele afirma que há “pouco tempo” até a entrega do relatório, prevista para o mês de maio. 

“Repito: sou favorável à modernização e estamos com foco total nessa agenda. Precisamos, sim, de uma reforma, mas não pode ser qualquer uma”, disparou o parlamentar antes de, mais uma vez, explicar os motivos de tanta preocupação. 

“A PEC 45, em discussão na Câmara, por exemplo, é muito prejudicial para Goiás e outros estados do Centro-Oeste e Norte. Não podemos avançar com essa proposta sem discutir e ter clareza de todos os pontos e impactos. Precisamos de uma proposta justa, clara e benéfica para todos os setores, entes federativos e para o consumidor final, que é quem paga a conta”.

No total, o colegiado conta com 12 deputados federais para debater a Proposta de Emenda à Constituição Empresário do ramo alimentício. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária defendida pela equipe econômica está em análise pela Câmara. Se aprovada pelos deputados, seguirá para o Senado. Se o texto receber o aval de deputados e senadores, vai à promulgação pelo Congresso Nacional.

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