Dois deputados goianos retiram assinatura da CPMI dos atos golpistas
Governo Lula tenta enfraquecer processo de abertura da comissão
Por: Ana Júlia da Cruz Costa

Dois deputados goianos retiraram suas assinaturas do requerimento de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro. A posição partiu dos parlamentares Célio Silveira (MDB) e José Nelto (PP).
Na lista original, dez deputados e um senador da bancada goiana apoiavam o pedido. Ao todo, inicialmente, 189 deputados e 33 senadores se manifestaram a favor da medida. No entanto, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está tentando evitar a instauração da CPMI e, por último, fez negociações de cargos e emendas.
Conforme compartilhado pelo Estadão nesta terça-feira (14), o governo decidiu liberar a distribuição de cargos de segundo escalão para ampliar apoio no Congresso e, assim, barrar a CPMI. O autor da proposta da comissão é o deputado André Fernandes (PL), oposição ao governo Lula.
O deputado goiano, José Nelto (PP), justificou à Coluna Xadrez a retirada de seu nome da CPMI. “Esta CPMI vai paralisar o Congresso e atrasar a votação de projetos estruturantes para o País, sendo o mais importante deles, a Reforma Tributária”, explicou o político.
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O parlamentar do Partido Progressistas (PP) e Célio Silveira (MDB) foram alvos de ataque bolsonaristas nas redes sociais, após a retirada das assinaturas.
Com a movimentação do governo para enfraquecer o requerimento de abertura da CPMI, a oposição também está se mobilizando para conseguir novas assinaturas e conseguir recuperar as perdas. Caso seja instalada, a comissão será controlada pelos oposicionistas.
Os nomes da bancada goiana que permanecem apoiando a CPMI são Gustavo Gayer, Daniel Agrobom, Professor Alcides e Magda Mofatto, todos do PL; Silvye Alves e Zacharias Calil, do União Brasil; Glaustin da Fokus (PSC), Marussa Boldrin (MDB) e o senador Wilder Morais (PL).