Moro afirma que ação contra Lula tem “outras provas”

Pedido da defesa foi feito após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado, na última terça-feira (24), o envio de acusações feitas por executivos da Odebrecht contra Lula

Postado em: 26-04-2018 às 14h30
Por: Victor Pimenta
Imagem Ilustrando a Notícia: Moro afirma que ação contra Lula tem “outras provas”
Pedido da defesa foi feito após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado, na última terça-feira (24), o envio de acusações feitas por executivos da Odebrecht contra Lula

Em despacho expedido nesta quinta-feira (26), o juiz Sérgio Moro, da 13ª
Vara Federal de Curitiba, disse que a ação penal em que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é acusado de receber vantagens indevidas por meio da
reforma de um sítio em Atibaia (SP) tem mais provas, além das delações de
executivos da Odebrecht. O caso permanece, por ora, em Curitiba, decidiu o
magistrado.

“Oportuno lembrar que a presente investigação penal
iniciou-se muito antes da disponibilização a este Juízo dos termos de
depoimentos dos executivos da Odebrecht em acordos de colaboração, que ela tem
por base outras provas além dos referidos depoimentos”, escreveu Moro no
despacho, com o qual negou pedido da defesa para que o caso fosse remetido à
Justiça Federal em São Paulo ou em Brasília.

Continua após a publicidade

O pedido da defesa foi feito após a Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) ter determinado, na última terça-feira (24), o envio de
acusações feitas por executivos da Odebrecht contra Lula, que estavam sob
responsabilidade de Moro, para a Justiça Federal em São Paulo, onde os supostos
crimes teriam ocorrido.

Em decorrência da decisão, os advogados de Lula entraram com
uma petição para que não só as delações como também todo o processo fosse
remetido à Justiça em SP ou em Brasília, onde Lula exerceu a Presidência da
República à época dos fatos. Isso porque o ex-presidente não poderia ser
julgado em duas jurisdições pelo mesmo caso, que não teria relação com desvios
na Petrobras, afastando-se assim a competência de Moro, alegou a defesa.

No mesmo dia, o Ministério Público Federal (MPF)
manifestou-se no processo, afirmando que a decisão do STF tem caráter “superficial”,
não afetando a competência de Moro para julgar tanto o caso do sitio em Atibaia
como um outro, no qual o ex-presidente é acusado de receber propina por meio da
compra de uma nova sede para o Instituto Lula.

Para Moro, há “precipitação” de ambas as partes, pois a
decisão do STF sequer foi publicada. “É certo que a decisão deverá ser
considerada para a avaliação da competência deste Juízo para a presente ação
penal, mas isso não é algo automático”, afirmou o juiz. Ele acrescentou que a
questão da competência, de fato, pode ter sido afetada, mas será julgada no
momento adequado em outro tipo de processo, já aberto pela defesa, chamado
exceção de competência.

As ações sobre o sitio em Atibaia e a sede do Instituto Lula,
em São Paulo, tramitam em separado da ação sobre o triplex no Guarujá (SP), em
decorrência da qual Lula foi preso no último dia 7.

 Fonte: Agência Brasil.

Veja Também