Terça-feira, 19 de março de 2024

Nada muda com ou sem federação entre União e PP em Goiás

Discussão amoleceu nos bastidores, mas ainda é vista como preocupante por lulistas

Postado em: 27-03-2023 às 07h58
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Nada muda com ou sem federação entre União e PP em Goiás
Discussão amoleceu nos bastidores, mas ainda é vista como preocupante por lulistas | Foto: Divulgação

Enquanto a federação entre União Brasil e o Progressista fica mais distante, em Goiás as discussões não influenciam o jogo político de ambos os partidos. Isto porque, ambas as siglas são presididas por aliados com enorme influência. 

O União Brasil tem como presidente estadual o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Já o PP, tem Alexandre Baldy. Os dois têm seguido, desde as eleições que conduziram Caiado para quatro novos anos no governo, uma parceria frutífera. 

Não é de hoje que os União Brasil e o PP discutem a possibilidade de uma fusão, como têm feito diversos partidos. De qualquer maneira, desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), a ideia entrou em compasso de espera. 

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Nesse ínterim, o partido do governador goiano emplacou três ministérios no governo do PT. Com isso, ficou claro que, para ser um bloco de oposição, acabou em pizza. Parte da bancada na Câmara Federal resiste em integrar a base do presidente petista. 

A situação parece mais tranquila, mas houve panos quentes por parte de partidários mais à direita e, por isso, e sob esse argumento, contrários a qualquer aproximação com Lula da Silva. Talvez seja por isso que haja uma trava nas decisões que levassem a cabo a fusão ou federação entre as duas legendas. 

Lideranças tanto do União quanto do PP defendem essa federação por um motivo óbvio: os números de parlamentares tornaria esse novo conglomerado partidário com a maior bancada do Congresso Nacional. Ou seja, 106 deputados federais e 15 senadores. Serão 59 deputados e nove senadores do União Brasil, além de 47 deputados e seis senadores do PP. 

Essa potência causou algum tipo de preocupação aos corredores e gabinetes do Palácio do Planalto que, com experiência, sabe que o PP é o cerne do Centrão, do qual qualquer um que se aliste ao cargo de presidente da república deve, minimamente, continência para a governabilidade. 

Uma bancada grande é sinônimo de poder e, claro, de uma auspiciosidade. Desde que se iniciaram as discussões sobre a federação, o entorno de Lula, principais ministros com relação com o Congresso, passaram a acompanhar, com apreensão, toda e qualquer movimentação que pudesse levar ao êxito a junção das duas siglas, tornando, como já foi dito, o poder dessa força política bem superior. 

Já em Goiás, como foi dito no início do texto, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tem ao seu lado, ou pelo menos à disposição, Alexandre Baldy que é um aliado do governo sobre assuntos de interesse da gestão com o governo federal. 

Recentemente, o jornalista do Jornal O Hoje, que assina a coluna de política Xadrez, fez um comentário que repercutiu no meio político que está interessado nessa fusão: “Não importa se for fusão ou federação entre UB e PP. De todo modo, o governador Ronaldo Caiado será o beneficiário desse arranjo, mesmo que se apresente outros nomes para disputar a Presidência da República em 2026. Para tanto, examina com lupa e ainda usa pente ‘cata piolho’ na escolha dos novos auxiliares. Quer uma gestão modelo para o país”.

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