Iris critica sucessivas convocações

Prefeito disse em depoimento à Comissão da Câmara ontem que “paciência tem limite”, ao se referir aos chamados da secretária Fátima Mrué

Postado em: 28-04-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeito disse em depoimento à Comissão da Câmara ontem que “paciência tem limite”, ao se referir aos chamados da secretária Fátima Mrué

Venceslau Pimentel*

O prefeito Iris Rezende (MDB) criticou ontem as sucessivas convocações da secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, para depor na Comissão Especial de Inquérito (CEI), criada pela Câmara de Goiânia para investigar denúncias de irregularidades nessa área. “Paciência tem limite”, disse ele, ao prestar esclarecimentos na Comissão, por mais de três horas.

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O prefeito reiterou que o exagero de convites à secretária, por sete vezes, sugere perseguição pessoal, que se deve a interesses contrariados, pelas mudanças que ela implantou na Secretaria. Iris não citou nomes, mas deixou claro que se referia aos vereadores que assinaram o requerimento de criação da CEI.

Uma das medidas tomadas pela secretária, sob a aquiescência de Iris, está relacionada ao fim dos chamados “chequinhos”, uma espécie de senha distribuídos na rede pública do município para procedimentos como consultas e exames.

No início do mês, o prefeito, em entrevista, havia dito que a ira contra a secretária seria porque as medidas tomadas por ela feriam os mais profundos interesses escusos”. Mais uma vez ele saiu em defesa de Fátima Mrué, a quem os vereadores mais críticos apontam como responsável pela má avaliação da saúde em Goiânia. Afirmou que ela tem enfrentado com coragem e responsabilidade os problemas atinentes à pasta que comanda e continua acreditando na capacidade dela, tanto técnica, quanto administrativa.

Em respostas aos que tentam politiza os trabalhos na comissão, o prefeito disse que ela foi escolhida justamente porque não estava ligada a nenhum grupo político. Para ele, essa condição é necessária como forma de enfrentar vícios na saúde que se arrastam há vários anos.

A CEI foi criada em outubro de 2017, por meio de um requerimento apresentado por Clécio Alves (MDB), que recebeu a assinatura de 29 dos 35 vereadores. Ao ser instalada, a comissão passou a ser composta por Clécio, como presidente; Elias Vaz (PSB), como relator; e ainda Jorge Kajuru (PRP), Cristina Lopes (PSDB), Paulo Daher (Democratas), Carlin Café (PPS) e Anderson Sales Bokão (PSDC).

Disputa política

Em sua defesa, Clécio disse ao prefeito que apenas dois vereadores não assinaram o requerimento de instalação da Comissão e assegurou que não há nenhum interesse em prejudicar a secretária. “O que queremos é ajudar o senhor a moralizar a saúde”, salientou. “A CEI não servirá de cabo de chicote e também não tem interesses escusos”, pontuou o vereador. Sobre as convocações de Fátima Mrué, ele explicou que elas foram aprovadas visando esclarecer situações ocorridas nas unidades de saúde da capital.

Para justificar a criação da CEI, o vereador do MDB relacionou a precariedade nos serviços fechamentos de unidades de saúde e demora no serviço de regulação.

Durante o depoimento de Iris, os vereadores Paulo Daher, que faz parte da base de apoio ao prefeito, procurou reservar o município dos problemas na saúde, enquanto Cristina Lopes, ligada ao governo do estado, jogou essas questões na conta da prefeitura.

Depois do embate com o governo estadual, por conta do serviço de regulação, Iris Rezende evitou transferir responsabilidades. Na quinta-feira, ele recebeu a visita, em seu gabinete, no Paço, do governador José Eliton (PSDB), para discutir o assunto. Ao final do encontro, os dois destacaram o compromisso de, em conjunto, trabalhar para resolver os assuntos atinentes capital.

O governador deve enviar à Assembleia Legislativa, na próxima semana, projeto de lei que trata da estadualização da regulação de cirurgias eletivas em Goiânia. (*Especial para O Hoje) 

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