Vereador denuncia perseguição a servidores da Comurg

Irmão do vereador Leandro Sena é servidor de carreira da Companhia e teve pedido de afastamento revogado

Postado em: 30-03-2023 às 07h42
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Vereador denuncia perseguição a servidores da Comurg
Irmão do vereador Leandro Sena é servidor de carreira da Companhia e teve pedido de afastamento revogado | Foto: Divulgação/ Câmara de Goiânia

A queda de braço entre a Comissão Especial de Inquérito (CEI) e a Companhia  de Urbanização de Goiânia (Comurg) ganhou um novo capítulo na tarde da última quarta-feira (29/3). Acontece que o vereador Leandro Sena apresentou ao membros da Comissão que investiga a Comurg uma denúncia de “perseguição” aos servidores da pasta. 

O documento foi lido pelo presidente da Comissão, vereador Ronilson Reis. Apesar de não ser membro do colegiado, Ronilson, antes de ler o documento, disse que Sena tem total prerrogativa para apresentar documentos, denúncias e pedidos aos parlamentares que investigam a Companhia. 

Em seguida, o presidente leu a denúncia para os demais vereadores. “Servidores da Comurg se tornaram vítimas de perseguição, em especial Alessandro Ferreira de Sena [irmão do vereador autor da denúncia], efetivo há mais de 10 anos. Ele teve seu pedido de licença para tratar de interesses particulares revogado”. 

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Ele argumentou que tudo aconteceu “depois que o vereador Ronilson Reis, cumprindo seu dever de fiscalização, visitou as instalações da Comurg” e classificou o ato como uma “nítida retaliação aos trabalhadores”.  

Depois, continuou: “Frisa-se que já circulam nas redes sociais diversas informações sobre as ilegalidades cometidas pela Companhia”. Por fim, o vereador ainda solicitou que sejam tomadas as devidas providências para investigar as supostas ilegalidades referentes às tratativas da gestão com os servidores. 

Não satisfeito, o vereador foi além e pediu também que seja analisado o requerimento de exoneração tanto do presidente Alisson Borges como de toda diretoria da Comurg por “nítida afronta ao princípio da moralidade”. 

Resposta 

O presidente da Comissão disse que o colegiado atestou o recebimento da solicitação, mas explicou que o documento será repassado ao corpo jurídico da Casa que deverá analisar se há, de fato, embasamento para isso. 

Perda de tempo 

Depois foi a vez do vereador Pedro Azulão Jr pedir a palavra. Ao discursar, o parlamentar disse se sentir triste com a situação enfrentada pelo colega. “Estamos falando de uma perseguição pessoal e não posso aceitar”, introduziu. Depois, disparou: “Mas se colocarmos esse pedido aqui na CEI não terá efeito nenhum”. 

“Você como vereador, já está em seu segundo mandato, tem abertura aqui na Câmara para protocolar isso e dar um bom resultado. Conte comigo, pois não concordo com isso, independentemente de ser seu irmão, que antes disso é servidor público concursado. Conte comigo, mas vários que ocorrem aqui podem ter nulidade. Estou preservando muito algumas ações da CEI. Queremos um bom desfecho dessa situação que está ocorrendo na Comurg. Conte comigo, mas lá no plenário”, pontuou Azulin.

A Comurg foi procurada pela reportagem do O HOJE mas até o fechamento deste material não se manifestou. O espaço seguirá aberto para registro do posicionamento. 

Imbróglio 

O vereador Ronilson Reis apareceu, de surpresa, na sede da Comurg na manhã da última terça (28/3). 

A visita foi realizada com o objetivo de averiguar se as declarações prestadas pelo diretor administrativo e financeiro do órgão, Adriano Gouveia, tinham, de fato, procedência. 

Acontece que Adriano disse ter gasto os mais de R$ 5 milhões repassados pela prefeitura à Comurg para reforma dos Cras de Goiânia para adquirir os insumos. 

Ronilson disse que assim que chegou na sede da Comurg, solicitou que pudesse verificar os depósitos em que supostamente os insumos estariam guardados. “Não tinha um saco de cimento”, revelou. Ao comentar o imbróglio, ele chegou a dizer que o diretor financeiro teria mentido “de cara lavada” durante oitiva com os membros da CEI. 

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