Condução de Ronilson na CEI da Comurg divide opiniões entre vereadores

Leitura de parte da Casa é que o vereador estaria “tratorando” ao conduzir as votações e discussões da Comissão com “truculência”

Postado em: 31-03-2023 às 07h53
Por: Felipe Cardoso
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Leitura de parte da Casa é que o vereador estaria “tratorando” ao conduzir as votações e discussões da Comissão com “truculência” | Foto: Divulgação/ Câmara

A maneira com que o vereador Ronilson Reis, presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), tem conduzido os trabalhos na Câmara Municipal de Goiânia tem incomodado alguns dos membros de demais vereadores que acompanham atentamente as investigações. 

A leitura é de que o vereador estaria “tratorando” ao conduzir as votações e discussões da Comissão com “truculência”. Alguns dos titulares, suplentes e até vereadores que não participam diretamente do grupo, mas que acompanham as investigações de maneira religiosa atestam desconforto ante ao comportamento do presidente. 

O vereador Pedro Azulão Jr. disse, por exemplo, que o presidente vem quebrando diversas imposições do regimento interno. “Ele está indo para um lado que pode nos levar à nulidade da CEI. Vejo que ele está muito nervoso, correndo com a condução dos trabalhos. Se ele não mudar esse comportamento, podemos ser prejudicados. Minha preocupação é que ele abra cada vez mais brechas para sermos judicializados e essa CEI termine sem o resultado esperado pela população”. 

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Outros parlamentares, assim como Pedro Azulão, também chamaram atenção para um possível prejuízo dos trabalhos. “Estamos trabalhando sob pena de nulidade. Ao meu ver soa até estratégico colocarem ele para presidir essa CEI, talvez quisessem mesmo que ele fizesse esse teatro que está fazendo agora”, reclamou, em off, um dos membros titulares consultados pelo O HOJE. 

Um outro parlamentar disse que Ronilson tem se comportado como uma espécie de “justiceiro”. “Está passado do ponto. Não é assim que funciona. Tem que ter equilíbrio. O sentimento é realmente de insatisfação por parte de 90% dos vereadores. Precisamos ter calma e o que vemos é ele atropelado os ritos, o regimento”. 

Segundo um dos nomes consultados, não está em xeque qualquer tipo de medida que possa contestar a manutenção de Ronilson na presidência da CEI, mas não se descarta, em momentos específicos, manobras regimentais que possam “travá-lo”. “As coisas funcionam na base do voto”, completou a mesma fonte.

Exagero?

Também em off, um vereador foi mais cauteloso ao avaliar o comportamento do colega. Segundo ele, o presidente cometeu um grande deslize ao insinuar que um dos colegas do grupo seria amigo íntimo de um dos nomes que será interrogado pela CEI nos próximos dias.  

“Ele deu uma bobeira. Eu mesmo tentei chamar a atenção dele nesse sentido. Mas esse foi um caso isolado. De maneira geral eu diria que o Ronilson está conduzindo bem os trabalhos. Temos que entender que há muita pressão envolvida. Todos estão com os ânimos à flor da pele. Ele dá umas derrapadas, mas nesse ambiente de tensão é normal que aconteça”, avaliou.

Outra liderança argumentou que Ronilson pode estar “muito focado em trazer resultados imediatos” e que isso talvez justificasse alguns comportamentos impulsivos. “Talez outros vereadores tivessem mais cautela para conduzir esse trabalho caso estivessem no lugar dele, mas não vejo insatisfação em relação à pessoa do Ronilson, talvez em relação ao rito”. 

Recentemente, vale lembrar, Ronilson decidiu realizar uma visita surpresa na sede da Companhia de Urbanização de Goiânia. A ação isolada incomodou parte considerável dos vereadores que participam da CEI na Câmara. O vereador foi criticado pelos colegas que contestaram a visita sem uma espécie de autorização prévia da Comissão. 

“Me preocupa a própria segurança jurídica dos atos desta comissão, e até possivelmente uma nulidade futura”, disse, por exemplo, o vereador Henrique Alves. O vereador Ronilson Reis foi procurado pela reportagem, mas até o fechamento desta reportagem não foi localizado. O espaço seguirá aberto.

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