Com posse de Baldy, lugar de PSD no governo Caiado ainda é incógnita

Ainda é incerto papel do PSD no segundo mandato do governador, que deve concluir tratativas sobre o destino da sigla nesta segunda-feira

Postado em: 03-04-2023 às 07h40
Por: Yago Sales
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Ainda é incerto papel do PSD no segundo mandato do governador, que deve concluir tratativas sobre o destino da sigla nesta segunda-feira | Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (3/4), o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) dará andamento à reforma do secretariado para atender aliados que o ajudaram com o projeto bem–sucedido de reeleição no pleito passado. 

Caiado chegou a ser pressionado a abrir o mandato para aqueles que asfaltaram apoios. O maior desafio, por enquanto, é onde acomodar o PSD de Vilmar Rocha, já que é interesse da sigla um espaço em que se tenha protagonismo, mirando o pleito municipal do ano que vem. 

Até o momento, está tudo certo para a posse do ex-deputado federal e ex-ministro Alexandre Baldy – que preside o PP estadual. Baldy, em uma candidatura avulsa, concorreu ao Senado e caminhou com Caiado, dividindo a atenção do eleitorado com outras duas candidaturas, a de Vilmar Rocha – presidente do PSD – e do então deputado federal Waldir Soares, do mesmo partido de Caiado. 

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Alexandre Baldy vai comandar a Agência de Habitação de Goiás (Agehab). A cerimônia de posse vai ocorrer nesta segunda no Palácio Pedro Ludovico. Outro aliado de Caiado, com forte conexão partidária, Delegado Waldir assumiu a presidência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). 

Sem ainda uma definição para o PSD de Vilmar Rocha, há a possibilidade de o governador anunciar Francisco Júnior na mesma solenidade. Pelo menos, é a única definição oficial. Rocha indicou a Caiado uma lista tríplice – além de Francisco, Max Menezes e Simeyzon Silveira. 

Vale lembrar que, de uma só vez, a 6 de março, o governador, ao empossar Waldir Soares no Detran, fez o mesmo com a secretária do Entorno, Caroline Fleury – indicação da ex-ministra Flávia Arruda – e, à cota do MDB, Zé Frederico Lyra Neto, na Secretaria de Tecnologia, Ciência e Inovação. 

Além do PSD, Caiado tem outra dívida política para saldar: a do Republicanos, que pode ter o ex-deputado estadual Rafael Gouvêa na Agrodefesa. Quanto ao Republicanos, as conversas estão adiantadas com o presidente da legenda, Hildo do Candango. 

Com forte ligação com a elite neopentecostal, sobretudo Assembleias de Deus, Rafael Gouveia. Ele é filho do líder do ministério Vila Nova, pastor Josué Gouveia. 

Havia expectativa de Vilmar Rocha, um dos nomes mais fortes da política goiana pelo poder de articulações e network nacional – ele é próximo de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e aliado do governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva. 

Outra aposta nos bastidores era de que, mesmo que não fosse o próprio Vilmar, é que fosse oferecido ao partido a Casa Civil, uma das pastas de maior importância pelo papel de interlocução política. 

Por outro lado, a atual Casa Civil não tem esse perfil, ficando com a Secretaria de Governo – sob Lucas Vergílio. A intenção do PSD, no entanto, é a tentativa de ampliar o leque político no interior goiano, sobretudo pensando nas eleições municipais. Esse é o argumento de que, por enquanto, não houve consenso. Já na base governista, é de interesse do Palácio ter o PSD no barco da gestão.

O entrave mora justamente em encontrar uma pasta que dê protagonismo à sigla de Vilmar Rocha, evitando um esvaziamento, como ocorreu com o ex-prefeito Ernesto Roller que, sumido, acabou perdendo a titularidade da Secretaria de Governo. 

A postura do governador tem sido de quem ouve – pelo menos a maioria – para chegar ao denominador comum da matemática política. Conseguiu se sair bem, ileso, com a escolha da secretária do Entorno, que, inicialmente, não foi bem vista pelos prefeitos da região. Mesmo sob protestos, terminaram por compreender a escolha do governo e já dão os primeiros passos para a construção de diálogos para o desenvolvimento dos municípios. 

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