Moro se diz indignado por denúncia da PGR por fala contra Gilmar e diz que vídeo foi editado

"Pessoas inescrupulosas publicaram vídeos editados com o único objetivo de me indispor contra o STF"

Postado em: 18-04-2023 às 08h39
Por: Francisco Costa
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"Pessoas inescrupulosas publicaram vídeos editados com o único objetivo de me indispor contra o STF" (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se justificou após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra ele por calúnia por afirmar, em vídeo, que o ministro Gilmar Mendes vende habeas corpus. “Quero registrar minha indignação pela denúncia que foi oferecida contra mim pela PGR na última sexta. Pessoas inescrupulosas publicaram vídeos editados com o único objetivo de me indispor contra o STF”, disse no início do vídeo publicado no Twitter.

Segundo ele, já na última sexta-feira (14), quando o vídeo viralizou, ele afirmou que eles estavam fora de contexto. “Fazia parte de um contexto de brincadeira. E que ainda que a fala possa ser considerada infeliz, não contém nenhuma acusação contra qualquer ministro”, explana.

Moro disse, ainda, que sempre tratou o Supremo com respeito, quando elogiava ou quando, por meio da liberdade de expressão, o criticava. “Agora o que me espanta é ser denunciado em três dias, um senador da república, sem sequer ter sido ouvido previamente para esclarecer as circunstâncias, sem sequer ter sido consideradas as explicações oferecidas.”

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Denúncia

Na última semana, um vídeo em que o ex-juiz e ex-ministro aparece conversando com algumas pessoas e faz a suposta calúnia que viralizou nas redes sociais. Uma voz feminina, ao fundo, diz: “Está subornando o velho.” Moro, então, responde: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes.”

Já na segunda-feira (17), a vice-procuradora, Lindôra Maria Araújo, enviou denúncia ao STF. Ela pediu a condenação do ex-juiz e que, caso a pena for superior a quatro anos de prisão, ele perca o mandato.

A PGR avalia que Moro cometeu o crime de calúnia contra o ministro do STF ao sugerir que o magistrado pratica corrupção passiva. Além disso, na visão do órgão, o ex-juiz estava ciente da gravidade do que estava dizendo e o fez em público, e sabendo que estava sendo filmado. Moro também teria atuado com o objetivo claro de depreciar e descredibilizar a atuação de Gilmar Mendes no STF.

Caso o senador seja condenado à pena de prisão de quatro anos, a PGR indica que ele deva perder o mandato, como previsto no Código Penal. Por fim, deve ser estabelecido também um valor de indenização.

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