Deputado fará reunião para apresentar Caiado a líderes partidários

“Presidente tem que ser mais moderado, conversar com todos os setores da sociedade. O interesse no Estado vem em primeiro lugar”, diz José Nelto

Postado em: 19-04-2023 às 07h45
Por: Francisco Costa
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“Presidente tem que ser mais moderado, conversar com todos os setores da sociedade. O interesse no Estado vem em primeiro lugar”, diz José Nelto | Foto: Divulgação/ Secom

O deputado federal por Goiás, José Nelto (PP), tem atuado no Congresso pelo nome do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para a disputa à presidência em 2026. Além disso, declarou que pretende realizar uma reunião com líderes de partidos políticos e o gestor para demonstrar que Caiado é “a melhor opção”. A data do encontro ainda não está definida. 

Ainda ao Jornal O Hoje, o parlamentar afirmou que articula com todos os congressistas do Brasil para mostrar a viabilidade do nome goiano. “Estou trabalhando para mostrar que a candidatura do Ronaldo é uma das mais viáveis. Já demonstrou ser um grande articulador, que conversa com todos os partidos. Não é um extremista, como já foi taxado no passado”, argumenta.

E continua: “Foi reeleito no primeiro turno, é preocupado com infraestrutura e com o social. Não é um governador de grupos. O presidente tem que ser mais moderado, conversar com todos os setores da sociedade. O interesse no Estado vem em primeiro lugar. E assim será com a nação [caso seja eleito].”

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Para Nelto, é preciso governar unindo o Brasil e Caiado conseguiu unir o povo goiano. Ele diz que os extremismos só atrapalham a nação. “Então, estou preparando uma grande reunião com ele em Brasília. Chamando parlamentares de todos os partidos para ouvir os compromissos que ele tem com a boa política”, declarou.

Desafios

Recentemente, o Jornal O Hoje conversou com cientistas políticos para entender os desafios que o governador tem para viabilizar o nome na disputa ao Planalto. “Caiado é de longe o nome goiano mais reconhecido no cenário nacional. A atuação dele no Congresso sempre foi muito contundente. Uma imagem consolidada nos grandes centros, tem uma visibilidade boa”, começa Marcos Marinho, professor e cientista político. 

Apesar disso, ele observa que Goiás não pauta o País. Então, para Caiado fazer algo no governo que reverbere na esfera nacional, tem que ser algo realmente muito interessante. “Precisa fazer um governo de muita visibilidade, para extrapolar as fronteiras”, reforça e completa: “Além disso, ele precisa se consolidar no campo da direita. Aglutinar a direita moderada, centro-direita e um pouco da extrema-direita, ou seja, o bolsonarismo.” 

Ainda assim, ele diz que, conseguindo isso, deverá encarar outro nome que se enquadra nesta descrição: o governador de São Paulo, Tarcísio de Feitas (Republicanos), que gere um Estado maior e com mais visibilidade.

“Em relação a partido, o União Brasil é grande e possui uma grande bancada no Congresso. Se o partido comprar a ideia, tem estrutura para uma campanha presidencial. Mas Caiado precisa se tornar o principal player desse espectro político. Conseguindo fazer isso – nos próximos anos –, se torna um candidato interessante.” 

Já o professor e cientista político Guilherme de Carvalho segue a mesma linha de análise. Segundo ele, o governador de Goiás precisa observar três pontos para chegar forte em 2026 como concorrente ao Planalto. 

“O primeiro deles é se viabilizar dentro da Casa. O União Brasil está naquela dubiedade, se é governo, se não é… O União Brasil tem que decidir se é oposição ou não, pois não haverá tempo de montar um discurso de oposição. Senão, quando disser que é candidato, começarão a aparecer fotos com Lula, em eventos institucionais, o que é um problema para formar uma marca em tempos tão polarizados.”

Em relação ao segundo ponto, ele diz que o Chefe do Executivo goiano deve se viabilizar dentro do campo dele, que é o campo da direita. Nesse espectro, ele repete o nome de Tarcísio e cita Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, como expoentes. “E o terceiro ponto é o tamanho da relevância de onde você vem. O Estado de Goiás é importante para federação em termos econômicos, mas em relação a tamanho de eleitorado é pequeno. Se vender nacionalmente é mais complexo.”

Ele lembra, inclusive, que houve apenas um nome de um passado recente que foi eleito, sendo de um Estado periférico: Fernando Collor, do Alagoas. “Fora isso, nunca houve presidente eleito de um Estado com eleitorado tão pequeno. Goiás tem 3% do eleitorado”, pontua.

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