Saúde traça metas para combate da influenza em Goiás

Autoridades reforçam o atendimento primário de pacientes e o aumento da cobertura vacinal dos grupos prioritários nos municípios

Postado em: 20-04-2023 às 08h19
Por: Everton Antunes
Imagem Ilustrando a Notícia: Saúde traça metas para combate da influenza em Goiás
Estado registrou 10 óbitos decorrentes da gripe, e outras duas mortes aguardavam confirmação | Foto: Iron Braz/SES-GO

Após reunião às 11h, nesta última quarta-feira (19), o Subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde, Luciano de Moura, e a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, juntamente com a presidente da Secretaria Municipal de Saúde de Inhumas, falaram à imprensa. A Coletiva ocorreu a fim de anunciar medidas necessárias para o combate ao vírus da influenza, bem como a vacinação. 

Até o encerramento desta matéria, Goiás registrou 10 óbitos decorrentes da gripe, e outras duas mortes aguardavam confirmação – um caso estava sendo reavaliado e outro ainda não havia sido atualizado no sistema. Entre as medidas anunciadas pelas autoridades, foi enfatizado o reforço e eficiência da cobertura vacinal, assim como a atenção primária no atendimento de pacientes. 

Números 

Atualmente, cerca de 155.155 pessoas foram vacinadas em Goiás – ou seja, somente 7,47% do público-alvo, estimado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). No estado, foram registrados 115 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 

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“No total, 2,5 milhões de goianos são elegíveis para receber a vacina e, hoje, estamos com apenas 189.966 pessoas vacinadas no estado de Goiás”, afirmou Flúvia. De acordo com ela, quanto maior a demora na vacinação, mais rápido cresce o número de óbitos. 

A Superintendente também informou que a capital lidera o ranking de doses aplicadas por município – já que a capital concentra o maior número de habitantes. No entanto, “apesar de Goiania estar na frente, ainda está muito abaixo daquilo que precisamos para garantir proteção, que é uma cobertura de 90% dos grupos prioritários”, explica.

Medidas 

A secretária de saúde de Inhumas preconiza que é preciso agir em “duas linhas”, de modo a combater o aumento de casos da doença no estado. Em primeiro lugar, Patrícia estabelece o fomento à vacinação, a agilidade no acesso do imunizante – isso inclui o combate à desinformação – e o fomento à assistência primária. 

Amorim ainda orienta que a pandemia de Covid-19 provocou mudanças no período de ocorrência de enfermidades respiratórias – isto é, antecipou doenças típicas de maio e junho –, além da chegada do frio. Além disso, o subsecretário declarou que a SES fará revisões de protocolo e a capacitação dos médicos do estado, a partir desta segunda-feira (24). 

Moura também afirma que a pasta reunirá os médicos em torno da necessidade de atenção básica nas unidades de urgência, assim como na orientação do uso de Oseltamivir – medicamento indicado para o tratamento do vírus da influenza. “Muitas pessoas estão cobrando receita do SUS para liberação do remédio. Isso não é necessário, então [é preciso] orientar as farmácias de dispensação”, complementa.  

A superintendente ainda reitera: “vamos fortalecer essa assistência na atenção primária, com foco em algumas orientações para urgência e emergência”. Ela detalha que a ideia é manter profissionais da saúde à disposição dos goianos, a fim de orientar e diagnosticar casos de gripe, por atendimento telefônico.  

O subsecretário avalia que, durante a pandemia de Covid-19, os profissionais de saúde desenvolveram uma “expertise” – ou seja, experiência com o tratamento de complicações respiratórias. Ele aponta o uso de equipamentos, como o oxímetro de pulso – adquiridos pelos municípios –, na avaliação da gravidade da influenza.    

“Outro ponto interessante que precisamos abordar e reforçar é o reconhecimento destes sinais de sintomas”, adiciona Moura. Segundo ele, é preciso obedecer o prazo de sete dias de isolamento, de forma a interromper a cadeia de transmissão do vírus. 

As autoridades direcionam cuidados ao público infantil. É preciso “evitar levar crianças menores de seis meses em locais com aglomeração. Se houver alguém com síndrome gripal dentro de casa em contato com essa criança, utilize máscara”, recomenda Amorim.

A superintendente prossegue: “o chamamento é para a importância de intensificarmos a vacinação, principalmente, na faixa etária de crianças de seis meses até cinco anos de idade”. Ela também instrui as escolas a “não admitirem crianças com síndrome gripal e conversar com os pais, porque pode estar espalhando esse vírus dentro da escola”.

Dia “D” da campanha ocorre em 6 de maio 

Por determinação do Governo, os municípios goianos anteciparam a campanha de imunização desde o último dia quatro – a campanha deveria ter começado no dia 10 de abril. O dia “D” da campanha ocorre no próximo dia seis e a vacinação segue até o dia 31 de maio. 

Nos grupos prioritários incluem-se idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, crianças de seis meses a 5 anos, gestantes e puérperas – mulheres que acabaram de dar à luz –, povos indígenas e professores. Ademais, são prioridade pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo, forças de segurança, salvamento e armadas. 

Os grupos prioritários também abarcam funcionários do sistema carcerário, população privada de liberdade com mais de 18 anos de idade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas. 

Na categoria de comorbidades autodeclaradas – medida implementada pela SES para agilizar a imunização –, enquadram-se pessoas cuja infecção pelo vírus da gripe pode agravar os riscos à saúde. São elas: pessoas com doença respiratória crônica, doença cardíaca, renal, hepática e neurológica crônicas, diabetes, imunossuprimidos, obesos, transplantados e portadores de trissomias – por exemplo, Síndrome de Down. 

Segundo a SES, os sintomas da Influenza se assemelham aos da Covid-19, sendo eles: febre, dor de cabeça, dores musculares, tosse, dor de garganta e fadiga. A falta de ar e o aumento da frequência respiratória são considerados “sinais de alerta” para o agravamento da doença.

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