Saúde traça metas para combate da influenza em Goiás
Autoridades reforçam o atendimento primário de pacientes e o aumento da cobertura vacinal dos grupos prioritários nos municípios
Por: Everton Antunes
Após reunião às 11h, nesta última quarta-feira (19), o Subsecretário de Vigilância e Atenção Integral à Saúde, Luciano de Moura, e a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, juntamente com a presidente da Secretaria Municipal de Saúde de Inhumas, falaram à imprensa. A Coletiva ocorreu a fim de anunciar medidas necessárias para o combate ao vírus da influenza, bem como a vacinação.
Até o encerramento desta matéria, Goiás registrou 10 óbitos decorrentes da gripe, e outras duas mortes aguardavam confirmação – um caso estava sendo reavaliado e outro ainda não havia sido atualizado no sistema. Entre as medidas anunciadas pelas autoridades, foi enfatizado o reforço e eficiência da cobertura vacinal, assim como a atenção primária no atendimento de pacientes.
Números
Atualmente, cerca de 155.155 pessoas foram vacinadas em Goiás – ou seja, somente 7,47% do público-alvo, estimado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). No estado, foram registrados 115 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
“No total, 2,5 milhões de goianos são elegíveis para receber a vacina e, hoje, estamos com apenas 189.966 pessoas vacinadas no estado de Goiás”, afirmou Flúvia. De acordo com ela, quanto maior a demora na vacinação, mais rápido cresce o número de óbitos.
A Superintendente também informou que a capital lidera o ranking de doses aplicadas por município – já que a capital concentra o maior número de habitantes. No entanto, “apesar de Goiania estar na frente, ainda está muito abaixo daquilo que precisamos para garantir proteção, que é uma cobertura de 90% dos grupos prioritários”, explica.
Medidas
A secretária de saúde de Inhumas preconiza que é preciso agir em “duas linhas”, de modo a combater o aumento de casos da doença no estado. Em primeiro lugar, Patrícia estabelece o fomento à vacinação, a agilidade no acesso do imunizante – isso inclui o combate à desinformação – e o fomento à assistência primária.
Amorim ainda orienta que a pandemia de Covid-19 provocou mudanças no período de ocorrência de enfermidades respiratórias – isto é, antecipou doenças típicas de maio e junho –, além da chegada do frio. Além disso, o subsecretário declarou que a SES fará revisões de protocolo e a capacitação dos médicos do estado, a partir desta segunda-feira (24).
Moura também afirma que a pasta reunirá os médicos em torno da necessidade de atenção básica nas unidades de urgência, assim como na orientação do uso de Oseltamivir – medicamento indicado para o tratamento do vírus da influenza. “Muitas pessoas estão cobrando receita do SUS para liberação do remédio. Isso não é necessário, então [é preciso] orientar as farmácias de dispensação”, complementa.
A superintendente ainda reitera: “vamos fortalecer essa assistência na atenção primária, com foco em algumas orientações para urgência e emergência”. Ela detalha que a ideia é manter profissionais da saúde à disposição dos goianos, a fim de orientar e diagnosticar casos de gripe, por atendimento telefônico.
O subsecretário avalia que, durante a pandemia de Covid-19, os profissionais de saúde desenvolveram uma “expertise” – ou seja, experiência com o tratamento de complicações respiratórias. Ele aponta o uso de equipamentos, como o oxímetro de pulso – adquiridos pelos municípios –, na avaliação da gravidade da influenza.
“Outro ponto interessante que precisamos abordar e reforçar é o reconhecimento destes sinais de sintomas”, adiciona Moura. Segundo ele, é preciso obedecer o prazo de sete dias de isolamento, de forma a interromper a cadeia de transmissão do vírus.
As autoridades direcionam cuidados ao público infantil. É preciso “evitar levar crianças menores de seis meses em locais com aglomeração. Se houver alguém com síndrome gripal dentro de casa em contato com essa criança, utilize máscara”, recomenda Amorim.
A superintendente prossegue: “o chamamento é para a importância de intensificarmos a vacinação, principalmente, na faixa etária de crianças de seis meses até cinco anos de idade”. Ela também instrui as escolas a “não admitirem crianças com síndrome gripal e conversar com os pais, porque pode estar espalhando esse vírus dentro da escola”.
Dia “D” da campanha ocorre em 6 de maio
Por determinação do Governo, os municípios goianos anteciparam a campanha de imunização desde o último dia quatro – a campanha deveria ter começado no dia 10 de abril. O dia “D” da campanha ocorre no próximo dia seis e a vacinação segue até o dia 31 de maio.
Nos grupos prioritários incluem-se idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, crianças de seis meses a 5 anos, gestantes e puérperas – mulheres que acabaram de dar à luz –, povos indígenas e professores. Ademais, são prioridade pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo, forças de segurança, salvamento e armadas.
Os grupos prioritários também abarcam funcionários do sistema carcerário, população privada de liberdade com mais de 18 anos de idade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.
Na categoria de comorbidades autodeclaradas – medida implementada pela SES para agilizar a imunização –, enquadram-se pessoas cuja infecção pelo vírus da gripe pode agravar os riscos à saúde. São elas: pessoas com doença respiratória crônica, doença cardíaca, renal, hepática e neurológica crônicas, diabetes, imunossuprimidos, obesos, transplantados e portadores de trissomias – por exemplo, Síndrome de Down.
Segundo a SES, os sintomas da Influenza se assemelham aos da Covid-19, sendo eles: febre, dor de cabeça, dores musculares, tosse, dor de garganta e fadiga. A falta de ar e o aumento da frequência respiratória são considerados “sinais de alerta” para o agravamento da doença.