Coronel Cid disse que joias iriam para acervo pessoal de Bolsonaro, afirma assessor

Ex-assessor contou sobre o caso em depoimento para a Polícia Federal no início do mês

Postado em: 21-04-2023 às 11h54
Por: Ana Júlia da Cruz Costa
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Ex-assessor contou sobre o caso em depoimento para a Polícia Federal no início do mês | Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-assessor da Presidência da República, Cleiton Henrique Holzschuk, contou para a Polícia Federal (PF) que recebeu informações do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid de que as joias enviadas pela Arábia Saudita iriam para o “acervo pessoal” do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid era o braço direito do ex-presidente. Já Cleiton, 2º tenente do Exército, era subordinado a ele na Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República.

Em depoimento para a PF em 5 de abril, o ex-assessor disse aos policiais que conversou por WhatsApp com Cid sobre a liberação das joias entre os dias 28 e 29 de dezembro, nos últimos dias do governo Bolsonaro. Ele ainda falou que não tinha cópias das mensagens, porque as conversas foram no celular funcional, que foi devolvido quando ele deixou o cargo.

Ao depor à PF, o tenente-coronel Cid não mencionou esta conversa com Cleiton. Cid disse que cabe ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) determinar se um bem recebido irá para o acervo público ou privado do presidente. Segundo ele, Bolsonaro lhe informou, em dezembro de 2022, sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal. Na ocasião, o então presidente pediu que ele checasse se era possível regularizar os itens.

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De acordo com Cid, não houve ordem de recuperação do presente por parte do ex-presidente, mas, na verdade, uma solicitação. Ainda no dia 5 de abril, Bolsonaro disse à PF que “nunca decidia ou era consultado, ou mesmo opinou, quanto à classificação, entre o acervo público ou privado de interesse público”.

Leia também: Operação de resgate de joias começou com pedido de Bolsonaro, aponta depoimento de braço-direto à PF

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