Com foco em regiões metropolitanas, Caiado encontra consolidação

Sem dúvidas o segundo mandato de Ronaldo Caiado (União Brasil) à frente do governo de Goiás tem um quê estratégico na junção de forças políticas. Uma delas é o foco por região, como é o caso do retorno com a Secretaria do Entorno do Distrito Federal, cuja titular, Caroline Fleury, já tem convencido os prefeitos insatisfeitos de que é possível aglutinar forças com o propósito de melhoria da região. 

Outro ponto é que Caiado atraiu para o seu guarda-chuva algumas lideranças importantes, que refletem a intenção de construir políticas públicas em consenso com prefeitos e cidadãos. Para tanto, Caiado e sua equipe se concentram em atrair para si, num jogo de convergência, esses atores políticos com influência sobre sua territorialidade eleitoral. 

 Municípios como  Aparecida, Trindade, Senador Canedo, para citar alguns, são parte da atenção do governo por dois motivos práticos: a própria gestão e a capacidade de os municípios de aglutinação eleitoral, tendo em vista que, mesmo que não pretenda disputar eleição ao Senado, Caiado precisa manter sua influência. 

Com isso, enfraquece alguns oponentes e consegue o fortalecimento da sua unanimidade conquistadas tanto nas eleições de 2018 quanto nas de 2022. Já é bem claro que o caminho de Caiado, quem o conhece sabe que sua maior característica é o foco, é a disputa à Presidência da República em 2026. 

Por isso, garantir que seu nome seja lembrado por fluxos eleitorais pode garantir, em uma matemática que vale muito em disputas internas de partidos, uma popularidade. 

Para ser mais claro: Caiado presente na Região Metropolitana e no Entorno do DF garantem que ele alcance níveis de popularidade, com dados que devem ser explorados pela mídia nacional – que não consegue esconder que tem olhos sobre o governador goiano. 

E quem diz isso são os próprios governistas que preferem se abster, inicialmente, de um debate sobre o futuro do governador que, de maneira menos barulhenta do que aliados e sua equipe de designer gráfico, têm intensificado. 

Apenas na Região Metropolitana de Goiânia somam-se em média 2 milhões de leitores que, animados com uma presença mais evidente do governo, darão, além ao próprio Caiado, mas a quem ele ungir para disputas eleitorais municipais do ano que vem, a sua benção nas urnas. E isto conta muito para quem está a um passo de iniciar uma batalha dentro do União Brasil para viabilizar-se como nome da direita para uma disputa ferrenha.

Além de ganhar pontos nos argumentos a que todo pré-candidato à Presidência precisa ter na ponta da língua, ainda consegue minar a força dos opositores. No caso, mais especificamente para Caiado, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) que, embora não tenha ressurgido das cinzas após a vexação pública no pleito passado, ainda tem chances. Exemplos não faltam.

Governador por quatro mandatos, Marconi Perillo ainda é uma liderança. Sem cargo, sem a máquina, mas tem em sua voz a experiência, embora não tenha tido efeito nenhum sobre os caminhos da gestão de Caiado que tem o mantra “devolver Goiás aos goianos”. 

Por isso, o pé ante pé do governo Caiado rumo às regiões metropolitanas – de Goiânia e do Entorno – são enxergadas como estratégias de um líder que deixa pegadas e digitais, expurgando feitos passados e entrando no imaginário do goiano. É a interpretação de quem analisa sistematicamente os passos do poder.