Gayer assume comando do PL sob perspectiva de “pavimentar retorno do presidente”

Deputado assume presidência do partido nesta segunda-feira em evento com a presença do presidente nacional da legenda

Postado em: 24-04-2023 às 07h58
Por: Redação
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A expectativa é que Gayer seja o nome de Bolsonaro na disputa da capital, em 2024 | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Felipe Cardoso e Francisco Costa

O deputado federal Gustavo Gayer (PL) toma posse, oficialmente, como presidente do PL Goiânia nesta segunda-feira (23/4), às 19h, em cerimônia na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Em vídeo de convite, ele diz que o evento é o início para “pavimentar o retorno do presidente”, se referindo a Jair Bolsonaro (PL).

Principal representante do bolsonarismo em Goiás, Gayer assume o posto de líder da legenda em Goiânia por escolha do senador Wilder Moraes, presidente estadual da legenda. Ele terá como vice o deputado estadual Delegado Eduardo Prado, líder anterior do diretório. 

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Ainda sobre o evento, ele acontece no auditório Carlos Vieira, da Alego. Também fará parte da Executiva: o deputado estadual Major Araújo, o vereador Wilian Veloso e Oseias Varão.

“Vamos fazer um mega evento e vamos começar, agora, a pavimentar o retorno do nosso presidente”, convida Gayer. “Graças a sua ajuda eu não só me transformei em deputado federal, mas sou presidente do PL de Goiânia.”

Próximo

A proximidade de Gustavo Gayer com Bolsonaro garantiu a ele mais de 200 mil votos para deputado federal, sendo o segundo mais votado do Estado, atrás apenas de Silvye Alves (União Brasil), que teve mais de 254 mil. Vale citar, em Goiás, o ex-presidente teve 52,16% dos votos válidos em primeiro turno e 58,71% no segundo. 

Sempre na militância, antes mesmo de assumir, Gayer trabalhou pela eleição do bolsonarista Rogério Marinho (PL) para presidente do Senado. Rodrigo Pacheco (PSD), contudo, venceu com 49 votos, inclusive com o do senador Vanderlan Cardoso (PSD), aliado de Bolsonaro, o que despertou a fúria de Gayer. 

“Nós não vamos esquecer. Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão, não é não, Vanderlan? Eu tenho minhas convicções. Eu quero pegar a minha comissão, não é não, Vanderlan? Quero ver o senhor ser candidato a prefeito agora, seja candidato a prefeito. O Kajuru já é uma caricatura. O Kajuru ninguém fala com ele, que ele é um doido varrido”, disse o deputado. 

Com as ofensas, Vanderlan foi ao Supremo contra Gayer por calúnia e difamação. O deputado federal voltou às redes sociais, em seguida: “Parece que Vanderlan sentiu. Calma senador. O senhor entregou o Brasil para ditadura, mas não conseguiu sua comissão”, disse à época, antes do senador assumir a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos. Mas nessa briga, o bolsonarismo tende a ficar do lado de Gustavo. 

Em Goiânia

O deputado Eduardo Prado já manifestou o desejo de disputar a prefeitura de Goiânia em 2024. O mais provável, contudo, é que o nome no páreo seja o de Gustavo Gayer, inclusive bancado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O ex-chefe do Executivo tem como estratégia ter candidaturas competitivas nas capitas com vistas a 2026, se não for declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não há, neste momento, representante do bolsonarismo mais forte na capital. 

Só em Goiânia ele teve mais de 83 mil votos para deputado. Atrás, mais uma vez, de Silvye Alves (UB), que teve 117.297. Vale lembrar, em 2020 ele disputou o cargo e terminou em quarto lugar. 

A leitura de alguns políticos do alto escalão da política goiana é que o nome do parlamentar incomoda e compromete, especialmente, os planos do senador Vanderlan Cardoso e do atual prefeito da Capital, Rogério Cruz (Republicanos). 

Acontece que, em um cenário hipotético, ainda que Gayer não saia vitorioso da disputa do ano que vem, seria capaz de minar votos de ambos os lados. Vanderlan, que para muitos teria perdido espaço em meio aos bolsonaristas, não seria capaz de figurar como representante do movimento em Goiás.

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