Pressão por término da CEI dá origem a nova queda de braço entre Câmara e prefeitura

Apesar da troca de farpas entre presidente da CEI e secretário de Governo, Romário Policarpo e Rogério Cruz trocam elogios

Postado em: 27-04-2023 às 08h47
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Pressão por término da CEI dá origem a nova queda de braço entre Câmara e prefeitura
Apesar da troca de farpas entre presidente da CEI e secretário de Governo, Romário Policarpo e Rogério Cruz trocam elogios em evento | Foto: Reprodução

Uma nova queda de braço pauta a relação entre o Legislativo e Executivo goianiense. O descompasso entre os poderes, que não é nada recente, ganhou musculatura nos últimos meses. O clima de indisposição da Câmara com o Paço desaguou, inclusive, na instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), cujo objetivo é investigar contratos, serviços, repasses e recebimentos ligados à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). 

A situação, que já não estava boa, está prestes a se agravar. A leitura, nos bastidores da Câmara, é de que o clima deve esquentar a partir da pressão da prefeitura de Goiânia pelo encerramento da Comissão. Fontes ligadas ao alto escalão da política goianiense comentam, em off, que o “desconforto” do Paço em relação a condução dos trabalhos foi “escancarado” a partir das declarações recentes do secretário de Governo, Jovair Arantes (Republicanos), ao jornal O Popular. 

O secretário considerou, na entrevista, a possibilidade de haver uma “intervenção” na intenção de interromper as investigações. Na visão do auxiliar do prefeito, o trabalho do grupo está “longe do objetivo” e, por isso, “não tem porquê continuar”. “Se não acabar até a semana que vem ou em dez dias, tem que ter intervenção de alguma forma”, disse. O titular considera que os trabalhos deveriam caminhar rumo à São Paulo mas estão direcionados à Belém. 

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O vereador Ronilson Reis, presidente da CEI, claro, não mediu esforços para rechaçar as declarações de Arantes. Segundo ele, a Comissão está cumprindo rigorosamente seus objetivos, conforme descrito no requerimento, assinado por 24 vereadores. “Trata-se de uma manobra desesperada de Jovair Arantes, e sua incompetência, que entrou apagado na gestão, diante dos resultados que a investigação está mostrando para a população. A Comurg é uma caixa preta que estamos abrindo”, pontuou Ronilson. 

Em outro trecho o secretário lembra que no documento aprovado pela Câmara, está descrito logo no preâmbulo, que a abertura da Comissão Especial de Inquérito é para investigar as irregularidades na administração e dívidas da Companhia Municipal de Urbanização (Comurg), com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS), Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), fornecedores, contratos e aditivos. 

Trégua?

O clima tenso instalado pelos discursos do presidente da CEI e do secretário de Governo foi, porém, desconstruído pela sequência de elogios seguida de abraço entre o presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota) e o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). A troca amigável se deu em evento da Guarda Civil Metropolitana (GCM) realizado na manhã da última quarta (26).

Segundo Policarpo, Rogério “fez muito” pela Guarda nos últimos anos. “O senhor tem sido muito importante na vida desta instituição. Valorização não só na forma de trabalhar, mas valorização do ser humano”, disse o presidente. Rogério, por sua vez, devolveu os elogios dizendo que “ninguém faz nada sozinho”. 

“Juntos fizemos isso. Todos os trâmites de processos e projetos que passaram por aquela Casa o senhor também teve suas mãos e  teve a capacidade de poder, junto com os demais vereadores, aprovar aquela lei, aquele projeto”. As declarações foram seguidas de um abraço. 

Em passado não muito distante, Policarpo, por sua vez, fez duras críticas à gestão Cruz. Em uma de suas declarações, por exemplo, considerou que Rogério faz uma má gestão em Goiânia.

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