O rosto do PT goiano no governo Lula

Mesmo com quebra de braço, petistas goianos conseguem cargos importantes no organograma do terceiro governo de Lula da Silva

Postado em: 28-04-2023 às 08h26
Por: Yago Sales
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Mesmo com quebra de braço, petistas goianos conseguem cargos importantes no organograma do terceiro governo de Lula da Silva | Foto: Reprodução

Não é nenhum segredo que o petista Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta barreiras para sua governabilidade no Congresso Nacional. Para contorná-las, precisa atender cada vez mais aos partidos que compõem, pelo menos convenientemente, sua base. Com isso, cargos antes vistos como prioritários a nomes do PT, naturalmente devem ser entregues, mesmo a contragosto, para siglas famintas.

A base no congresso está sendo montada com muita dificuldade. Uma fonte do PT em Goiás reconhece que houve erro de entregar três ministérios ao União Brasil, que não tem comparecido para votar fortemente com o governo.

Neste contexto, há uma disputa ferrenha por cargos importantes, como superintendências em órgãos com importância política e, principalmente, orçamentária. E o PT goiano busca espaço. 

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Em Goiás, alguns nomes petistas conseguiram destaque no organograma do governo federal sob Lula da Silva. Antes de trazer para o lugar dos que já estão devidamente nomeados e já trabalham, é bom lembrar os cargos ainda em disputa.

É o caso do cargo de superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás que, até terça-feira, dia 2, deve ter o nome do ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, anunciado. Embora esteja naturalmente sofrendo uma fritura por grupos que se opõem à nomeação, por ser enxergada como meramente política, Pedro disse ao jornal O Hoje que a documentação para sua nomeação está correta e aguarda publicação no Diário Oficial.

Um dos petistas mais importantes da vanguarda do partido em Goiás, Pedro Wilson é uma “vaga sagrada” do Partido dos Trabalhadores. Poucos têm a mão tão beijada quanto Pedro Wilson. Moderado, com trânsito com o conservadorismo goiano, ainda tem, no Congresso, uma aliada importante: a deputada federal Adriana Accorsi.

O argumento mais ouvido dos petistas que defendem Pedro Wilson no cargo é de que, quando prefeito, ele foi o maior defensor da revitalização do Centro de Goiânia. Na conversa com a reportagem, disse que conta com o apoio de intelectuais goianos.

Sobre as críticas que vem recebendo, Pedro Wilson ameniza: “Faz parte do jogo democrático, desde que, como no futebol, o time ganhou na última hora. Jogo é jogado”.

A respeito da indicação, ele diz que foi convidado e, por isso, a decisão é do ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha e do presidente Lula. “A questão da crítica pertence a todos e é um direito. Não falo de ninguém porque não acompanho quem está do outro lado. Eu fui convidado e aguardo a nomeação. A cultura é livre e os organismos precisam trabalhar em conjunto. A nossa proposta é trabalhar com municípios e governo de Goiás”, defende.

Outro órgão que chegou a ser cogitado para um membro do PT foi a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Especulou-se o nome de Luis Cesar Bueno que, por sua vez, como apurou a reportagem, não vislumbra o cargo por estar como diretor na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

A reportagem ouviu lideranças petistas que confirmaram uma informação que veio de Mato Grosso, onde há uma engenharia para que o cargo fique com o União Brasil, que deve indicar a ex-deputada federal Rose Modesto para o posto.

Histórico

Assentado, o produtor Elias D’Angelo Borges, foi empossado, na semana passada, em Brasília, como superintendente regional do Incra em Goiás. Como uma quebra de paradigmas, é a primeira vez que um trabalhador rural chega ao posto no Incra goiano.

Ieda Leal também garantiu um cargo de suma importância às pautas das quais, nas últimas décadas, defendeu em Goiás, envolvendo o movimento negro. Ela é secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial no ministério da Igualdade Racial da ministra Anielle Franco.

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