Boa relação entre Mendana e Daniel é trunfo para reeleição de Vilmarzinho

Se continuar “leal”, é improvável que Gustavo Mendanha deixe de andar por toda Aparecida fazendo campanha para reeleger Vilmar Mariano

Postado em: 02-05-2023 às 07h49
Por: Yago Sales
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Se continuar “leal”, é improvável que Gustavo Mendanha deixe de andar por toda Aparecida fazendo campanha para reeleger Vilmar Mariano | Foto: Reprodução

É inencontrável alguém que tenha sido tão identificado – militante mesmo – da campanha de Gustavo Mendanha ao governo quanto o prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano. Nem parecia o experiente político aparecidense, conhecido como um dos vereadores mais entusiasmados da cidade, que, logo depois de eleito vice na reeleição de Mendanha, não poupou críticas ao parceiro de dobradinha que levou a disputa. 

“Entro nesse mandato desmotivadíssimo, sem vontade de fazer política. Teve um café da manhã com os eleitos. Eu sequer fui convidado. Eu não fui eleito, né? Vice não é votado, é um apêndice, né? Entro nesse mandato desprestigiadíssimo”, murmurou Vilmarzinho, que emendou, à época: “Para registrar a candidatura lá no TRE, precisa de vice…Se eu fui escolhido como vice, devo ter algum mérito. Eu não agiria dessa forma com ninguém”.

A fala é emblemática, embora comum entre atores do poder. E demonstra que tudo se acerta, se consolida depois de alguns ajustes. Depois desses acertos com Mendanha, ficaria evidente que Vilmarzinho precisaria provar que poderia ser confiável, tendo às costas, o presidente da Câmara Municipal, André Fortaleza, que não daria “paz” ao prefeito que assumiu a cadeira de prefeito quando Gustavo deixou o cargo para disputar o governo. 

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Vilmar, desde então, não desagradou Mendanha a ponto de o próprio não descartá-lo como o “homem” da eleição do ano que vem. O que Mendanha quer, no entanto, é a continuidade da lealdade do aliado. 

Gustavo teve 95,81% dos votos válidos, ou seja, a confiança de 197.491 mil eleitores em 2020. Ainda é comum que a população no geral ainda o identifique como o prefeito, embora Vilmarzinho esteja buscando melhorar sua comunicação, principalmente nas redes sociais.

Mas algo está estranho na cidade que passou mais de uma década como um canteiro de obras. E Vilmarzinho ainda não se identifica como a continuidade do perfil dos últimos administradores, que espalharam máquinas pela cidade.  

Fontes no entorno da relação entre Vilmar e Gustavo garantem que mesmo com a dificuldade do atual prefeito de atingir o “imaginário” da cidade ele continua sendo a escolha de Gustavo para a reeleição. “Lealdade” é o que Mendanha espera. 

A pouco menos de um ano do pleito, há inúmeras especulações sobre conversas de Gustavo com pré-candidatos que podem ser uma pedra de sapato para Vilmar, como Professor Alcides, André Fortaleza, o deputado federal Glaustin da Fokus e Ademir Menezes. Mas a relação de Gustavo com todos estes políticos da cidade sempre foi boa. E, certamente, não deve afastá-los de fortalecer seus grupos e tentar tirar Vilmarzinho do Palácio Maguito Vilela. 

Eles, no entanto, não contam com alguns trunfos de Vilmarzinho. O forte apoio de Gustavo, claro, que tem um cordão umbilical ligado politicamente à imagem de Maguito Vilela. Vilmarzinho tem a máquina. E, ainda que tenha tido dificuldades com a Câmara, tem o apoio de nomes significativos, alcançando praticamente todas as regiões. Inclusive, Mendanha tentou evitar um colapso entre os vereadores, sobretudo o presidente André Fortaleza, e Vilmarzinho. 

Outro trunfo: a reaproximação de Gustavo Mendanha e Daniel Vilela, que pode levar o primeiro de volta ao MDB, dando sinal verde a Vilmarzinho disputar a reeleição pela sigla, que governa a cidade há anos. E, quiçá, ter apoio de Ronaldo Caiado, de quem Vilmarzinho, sob o pretexto de cooperação administrativa, se reaproximou depois do resultado das eleições do ano passado. 

Agora, além de aguardar o resultado de conversas entre Daniel e Gustavo, Vilmarzinho precisa encontrar uma forma de se comunicar mais com a população. Não contra atacar André Fortaleza, que aposta que vai ser candidato à prefeitura e ser “leal” a Mendanha que, como exemplo, foi o escolhido de Maguito para sucedê-lo, o que aconteceu com muito sucesso, embora Gustavo não fosse dos mais conhecidos. Se tornou.

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