Se reeleito, Policarpo não deve brigar pela presidência da Câmara

Político é cotado para disputar a prefeitura de Goiânia, mas interlocutores próximos atestam que Policarpo deve, na verdade, buscar a reeleição de olho em 2026

Postado em: 02-05-2023 às 07h57
Por: Redação
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Político é cotado para disputar a prefeitura de Goiânia | Foto: Reprodução

Felipe Cardoso e Francisco Costa

Circula pelos bastidores do alto escalão da Câmara Municipal de Goiânia a avaliação de que o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), caso concorra à reeleição no ano que vem, tende a abrir mão da presidência da Casa de Leis na próxima legislatura. 

Policarpo, todos sabem, é um exímio estrategista. O parlamentar conta com uma das características mais importantes para sobrevivência no universo político: perfil articulador. Em um primeiro momento, abrir mão da presidência soa como um péssimo negócio, mas não é por aí. 

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Conforme destacado pelo O HOJE há uma semana, Policarpo (Patriota) deve, sim, trabalhar de maneira ativa nas eleições do ano que vem, porém, interlocutores avaliam que o político tende a se movimentar de olho, na verdade, nas eleições de 2026.

No alto escalão da política goianiense, alguns nomes o avaliam como propenso candidato à prefeitura de Goiânia. O nome de Policarpo ganhou musculatura na lista dos cotados especialmente após o racha entre a Câmara Municipal e a Prefeitura de Goiânia se tornar escancarado. 

Mas essa não é a intenção do presidente, ainda que não descarte a possibilidade ao falar sobre o assunto. Policarpo, de fato, sonha em se tornar prefeito de Goiânia. Habilidoso que é, sabe, portanto, que não pode, nem deve, dar um passo maior do que as pernas. O político, segundo as mesmas fontes, estaria empenhado em voltar ao Legislativo municipal entre os mais votados no ano que vem. 

O fato novo, porém, segundo os mais próximos, é que uma vez de volta ao Legislativo, Policarpo não deve pavimentar sua recondução à presidência. “Comandar a mesa é um trabalho que requer muito tempo, comprometimento e esforço dedicado às atividades internas da Câmara”, disse um dos consultados.

Ou seja, o presidente buscará, caso esse cenário se concretize, se conectar com o mundo ‘lá fora’. Policarpo quer visitar as bases, participar da entrega de obras, intensificar o trabalho corpo a corpo com o eleitor em prol de um objetivo maior: chegar à Câmara dos Deputados em 2026. 

Uma vez na presidência do Legislativo, viabilizar esse projeto se tornaria algo ainda mais desafiador, haja vista que Romário precisaria, mais uma vez, conciliar as atividades de seu mandato com as necessidades que o comando da mesa impõe. 

Um outro detalhe importante é que ao ‘abrir mão’ da presidência no Legislativo, Romário transpareceria aos colegas a ideia de um político republicano, democrático e desapegado em relação ao poder. Com isso, abriria espaço a um novo nome por já ter, outras três vezes, cumprido seu papel enquanto comandante da Casa de vereadores. Sem contar que comandar o Parlamento pela quarta vez consecutiva poderia acarretar sérios desgastes.

Atalho

Se Policarpo sonha em chegar à prefeitura e, em paralelo a isso, tem a Câmara no bolso, por que não votar um dos vários pedidos de impeachment contra o prefeito Rogério Cruz (Republicanos)? Como já mostrado pelo O HOJE, acostumado a trabalhar nos bastidores, com esparsas declarações públicas, Policarpo, caminha, na verdade, em direção oposta. O político deve afrouxar qualquer intenção de bancar o impeachment do prefeito de Goiânia. 

A leitura é a de que, a um ano e meio para o fim do mandato de Cruz, o papel de enfrentamento entre parte dos vereadores e a gestão do prefeito perderia fôlego. E criaria um clima de cisão política entre diversos atores políticos. Sem contar que Policarpo sairia com adjetivos que não combinam com um jovem político que tem muito pela frente. 

Nesse contexto, Policarpo já demonstrou, e fontes próximas atestam isso, que não deve “chegar ao extremo” e trabalhar para “arrancar o prefeito” da cadeira.  Ele quer, de fato, chegar à administração, mas não dessa forma.

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