Na CEI, diretor da Comurg diz que chuvas atrapalharam obras

Durante depoimento, diretor de urbanismo, Edimar Ferreira, culpou o período chuvoso pelas obras não concluídas

Postado em: 03-05-2023 às 07h59
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Na CEI, diretor da Comurg diz que chuvas atrapalharam obras
Vereador cobrou detalhamento para garantir transparência | Foto: Reprodução

Durante seu depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg, o diretor de urbanismo da empresa, Edimar Ferreira, afirmou que o período chuvoso foi o responsável pela não conclusão das obras das Praças e dos Cras da capital, mesmo após terem recebido pagamento adiantado pela prefeitura de Goiânia. 

O vereador e presidente da Comissão, Ronilson Reis, por sua vez, afirmou que os memoriais das praças não detalham o que deveria ter sido feito em cada uma delas, dificultando a fiscalização do cumprimento do contrato pela Comurg.

Ronilson Reis destacou que é necessário conhecer os detalhes de cada praça para ter transparência em cada etapa e saber se o que está no contrato tem sido entregue pela Companhia. 

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O vereador também garantiu que encaminhará novamente um ofício solicitando o detalhamento das obras, pois mesmo constando nas planilhas que a obra no Residencial Português está concluída, em visita ao local, ficou evidente que a obra sequer foi entregue e ainda falta muito a ser feito. Já em relação à praça, o diretor Edimar Ferreira disse que foi concluída, mas faltava o piso da quadra de esporte.

Além disso, durante o depoimento, Edimar Ferreira admitiu que tem dois irmãos e três outros parentes com cargos de comissão na Comurg. O diretor também revelou que seu salário chega a R$ 21 mil líquido. 

Diante dos questionamentos, o vereador Ronilson Reis destacou que não é possível culpar as chuvas, já que ficou “evidente” que as obras não foram realizadas por “desvio de recursos” para pagar outras contas, conforme já foi revelado na CEI pelo ex-diretor financeiro Ricardo Itacarambi. 

Mistério

A cobrança por transparência e fiscalização na Comurg segue em pauta na Câmara Municipal de Goiânia. Na quarta-feira, a CEI da Comurg dará continuidade às oitivas, desta vez com Fabrício Canedo, ex-diretor da Secretaria de Relações Institucionais.

O destino da verba milionária paga pela prefeitura de Goiânia à Companhia para reforma dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital é o que tem intrigado os vereadores.

Acompanhado da vereadora Aava Santiago, o vereador Ronilson Reis, que preside a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg na Câmara Municipal de Goiânia, apareceu, de surpresa, na sede da Companhia de Urbanização de Goiânia no dia 28 de março. A visita foi realizada com o objetivo de averiguar se as declarações prestadas pelo diretor administrativo e financeiro do órgão, Adriano Gouveia, que foi sabatinado pela CEI na segunda, tinham, de fato, procedência. A resposta, segundo ele, é ‘não’. 

No mesmo dia, de volta à Câmara Municipal para um novo encontro dos vereadores membros da Comissão, Ronilson fez questão de explicar detalhadamente o que teria diagnosticado ao longo de sua visita. “Ontem [segunda-feira, 27 de março] o Adriano [Adriano Gouveia, diretor administrativo e financeiro da pasta], ao ser questionado sobre o destino do repasse que a prefeitura fez à Comurg, disse que o dinheiro foi utilizado para comprar insumos que serão usados para conclusão das obras”, rememorou o parlamentar. Vale lembrar que o recurso em questão foi superior a R$ 5 milhões.

E continuou: “Isso me intrigou. Como ele teria esses insumos guardados? Hoje pela manhã resolvi fazer uma visita técnica in loco para saber se ele disse a verdade”. A dúvida, segundo Ronilson, foi gerada também porque na semana passada o presidente da Comurg, Alisson Borges, teria afirmado à Comissão que esse mesmo dinheiro foi utilizado para pagar o salário dos funcionários da Companhia.  “Ou seja, um falou o contrário do outro”. 

Ronilson disse que assim que chegou na sede da Comurg, solicitou que pudesse verificar os depósitos em que supostamente os insumos estariam guardados. “Não tinha um saco de cimento”, revelou. O vereador ainda acrescentou que ninguém soube explicar a situação e “ficaram jogando a bola um para o outro”. Ao comentar o imbróglio, o presidente da Comissão chegou a dizer que o diretor financeiro teria mentido “de cara lavada” durante oitiva com os membros da CEI que investiga os contratos firmados pela Companhia.

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