Mauro Cid teria discutido golpe de Estado com aliado em dezembro de 2022

A informação foi confirmada pela âncora da CNN, Daniela Lima

Postado em: 04-05-2023 às 15h46
Por: Luan Monteiro
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A informação foi confirmada pela âncora da CNN, Daniela Lima. | Foto: Secom

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, teria discutido um golpe de Estado com o ex-major do Exército e advogado, Ailton Barros, em dezembro de 2022. A informação foi confirmada pela âncora da CNN, Daniela Lima.

Segundo a Polícia Federal (PF), esse aliado de Mauro Cid também integrou o grupo que foi classificado como associação criminosa que teria forjado registro de vacinas para ele e outras pessoas, incluindo Bolsonaro. Ailton Barros foi preso nesta quarta-feira (3/5), no âmbito da Operação Venire.

A CNN obteve três audios, que estão em posse da PF. Nestes áudios, Ailton descreve o “conceito da operação”. Em 15 de dezembro do ano passado, ele diz: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.

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“Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”, diz.

Aliton ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado no áudio, destacando “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”. Ele pontua que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.

“Pô, não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, afirma.

Ailton continua descrevendo o plano. “se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, adiciona.

De acordo com o áudio, a ideia é que na segunda-feira, 19 de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e “botar [sic] as Forças Armadas, cujo Comandante Supremo é o presidente da República, pra agir”.

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