Francisco Jr só vai assumir Codego depois da eleição do PSD

O ex-deputado federal e aliado do governador Ronaldo Caiado (UB), Francisco Jr (PSD), só deve chegar, efetivamente, ao comando da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) depois do dia 28 de maio. Nos bastidores, a informação é de que apesar da indicação feita pelo próprio governo na última terça-feira (2), Caiado teria pedido a Francisco que aguardasse “um pouco mais” antes de sentar na cadeira. 

Há, nos corredores da política goiana, duas diferentes interpretações para essa tacada. A primeira delas, disseminada por integrantes do alto escalão do PSD, é de que existem alguns projetos prestes a serem concluídos pelo atual presidente, Manoel Castro de Arantes —  popularmente conhecido como Fião —, além da prestação de contas dos últimos meses de trabalho que se aproxima. “É justo que ele preste as contas dos últimos meses de trabalho e conclua, sem pressão, esse processo antes de ser substituído”, justificou, por exemplo, uma figura próxima a Francisco.

Uma segunda linha de interpretação, por sinal, mais política, diz respeito aos possíveis próximos passos do PSD. Acontece que a sigla vive um imbróglio velado. O partido tem, hoje, Vilmar Rocha na liderança. Rocha é aliado de primeira hora do governador — tanto que disputou o Senado pela chapa governista em 2022 e, por isso, foi contemplado com a liderança da Codego, assim como os demais candidatos da época, Alexandre Baldy e Delegado Waldir, que ficaram com a Agehab e o Detran, respectivamente. 

Mas o cenário pode não ser o mesmo amanhã. Isso porque a presidência da sigla tem sido cobiçada pelo senador Vanderlan Cardoso. Vanderlan é visto como adversário do governador — ainda que Caiado tenha o apoiado na corrida pela prefeitura em 2020, Vanderlan optou por apoiar o projeto adversário, encabeçado por Major Vitor Hugo na disputa pelo governo goiano em 2022. 

Além disso, como já mostrado pelo O HOJE, Vanderlan é tido nos bastidores como “candidatíssimo” à prefeitura de Goiânia. Uma vez com o partido em mãos, ampliaria significativamente seu poder de articulação e alianças de olho na eleição do ano que vem. A decisão entre Vilmar e Vanderlan deve ser tomada nas próximas semanas, haja vista a eleição do partido que será realizada ainda este mês. A informação é de que o governador quer assistir de perto o desenrolar dessa história.

A reportagem do O HOJE procurou Francisco Jr para tratar sobre o assunto. Ele confirmou as estimativas e se limitou a dizer que esse período entre a indicação e a posse será importante para que possa “conhecer o que acontece hoje na Codego”.“Vou entender o que está acontecendo para aplicar os melhores projetos. Goiás precisa de desenvolvimento e essa é uma pasta que tem poder de contribuir muito com essa segunda etapa do mandato do governador Ronaldo Caiado. Chegaremos empenhados a somar”, pontuou.

Enquanto isso, o ex-deputado deve se dedicar a manter o diálogo com lideranças políticas e técnicas da pasta com a intenção de conhecê-la melhor. “É importante que ele tome pé da situação. Caso contrário ele teria que trocar os pneus com o carro em movimento. É importante que Francisco chegue preparado ao comando da Codego e esse período de transição será importante para que ele absorva as informações necessárias para que faça o melhor trabalho possível logo que assumir”, disse um interlocutor próximo a Jr.

Recentemente, vale lembrar, o governador decidiu abrir espaço no governo para contemplar aliados. Além do PSD, Caiado também abrigou em cargo estratégico o Republicanos, do prefeito Rogério Cruz. 

Ao partido, o governador reservou os quadros da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). 

A direção estadual da sigla apontou como representante para o cargo o ex-deputado estadual Rafael Gouveia. O nome dele era cotado, anteriormente, para a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), mas não vingou pelo perfil político. O atual dirigente da Emater, por sua vez, deve ser reconduzido à Agrodefesa depois de abrir espaço ao ex-parlamentar.