Apesar dos rumores, Goiânia não tem nomes definidos para disputa de 2024

Políticos preferem manter mistério para evitar desgastes antecipados

Postado em: 08-05-2023 às 08h40
Por: Felipe Cardoso
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Políticos preferem manter mistério para evitar desgastes antecipados. | Foto: Reprodução

Os possíveis concorrentes à prefeitura de Goiânia em 2024 aprenderam o jeito Iris de fazer política. O ex-prefeito da capital e ex-governador goiano sabia como se movimentar pelos bastidores. Exímio articulador, Iris ocupou quase todas as cadeiras eletivas — ao longo de sua trajetória  política de 60 anos só não se tornou deputado federal. Um dos ensinamentos deixados pelo gestor aos jovens que hoje brigam pelo poder foi, sem dúvida, o de não queimar largada.

O político sabia a hora certa de entrar no jogo e isso provou fazer diferença. Iris muitas vezes chegou a declarar publicamente que não entraria numa ou outra disputa e o que se via mais tarde era o político mergulhando sob a justificativa de que atenderia a um ‘pedido do povo’. A estratégia rende um frutos significativos, o principal deles talvez seja o fato de evitar desgastes junto ao eleitorado.

A avaliação entre os próprios políticos e de especialistas é de que quando um candidato antecipa seu nome ele abre brecha para que os demais candidatos antecipem suas críticas. Em tempos em que os políticos já não sabem fazer política sem as redes sociais, mais ainda. Isso porque quem queima largada abre margem para que os adversários trabalhem peças publicitárias contrárias ao seu nome com antecedência considerável. 

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Ou seja, anunciar candidatura no limite do prazo legal tem se tornado praxe. Quem arranca ao soar da largada tem como preocupação principal o projetar do próprio nome e a tentativa de desidratar os adversários é visto como algo secundário.

Em Goiânia, por exemplo, os eventuais candidatos demonstram que aprenderam a lição. Até agora, o que se tem não passa de meras especulações. Até mesmo a situação do próprio prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), em tese naturalmente candidato pela continuidade do mandato, ainda é incerta. Sua participação na corrida do ano que vem segue como um mistério até mesmo para aqueles que o cercam. 

O próprio prefeito admitiu em entrevista recente que precisa trabalhar para viabilizar sua candidatura no ano que vem. “Se eu tiver condições de vir à reeleição, o partido [Republicanos] vai dar todo apoio. Se não tiver, não vai. Estou ciente disso. Por isso eu trabalho para que tenha condições”, disse o gestor em entrevista ao jornal O Popular.

O mesmo ocorre no seio do MDB, partido que nunca esteve de fora das disputas das últimas décadas na capital. Integrantes da sigla afirmam que o partido terá candidatura própria, mas apostam todas as fichas em um único nome que insiste em rechear o processo de mistério.

Trata-se da filha do ex-prefeito Iris, Ana Paula Rezende. Ana Paula nunca se portou como política de carteirinha, mas aprendeu a fazê-la com o pai. O alto escalão aposta que caso ela decida disputar tem grandes chances de arrancar como favorita, mas Ana Paula só revelará sua decisão aos 45 do segundo tempo, o que, vale destacar, já incomoda alguns emedebistas. “Precisamos de tempo para trabalhar o nome dela”, disse um deles à reportagem. 

O PT também carece de uma definição. Edward Madureira é quem briga para se tornar o candidato da sigla em Goiás. A maior parte do núcleo duro petista aposta que a deputada Adriana Accorsi seria a melhor indicação por ter maior robustez. Ao passo em que a petista não demonstra entusiasmo em disputar, alguns players dizem que na reta final ela certamente lançará seu nome no pleito. 

Nos bastidores, o nome do senador Vanderlan Cardoso é visto como o mais certo para a disputa. O político se esquiva do “sim” ao passo em que não nega interesse. “Esse papel nós vamos definir apenas em 2024.” Segundo ele, Francisco Júnior e Vilmar Rocha também poderiam ser os candidatos do PSD.

“Nesse momento estamos com tantas pautas positivas no Senado, trabalhando bastante e dando resultados para o País, que não há espaço para se pensar em eleição. Vamos deixar a política eleitoral para o ano que vem, afinal eu não decido nada sozinho, tudo precisa ser feito com o nosso grupo político”, revelou o congressista em entrevista ao O HOJE.

O bolsonarismo também terá representante na disputa. O mais provável é que o deputado federal Gustavo Gayer assuma esse papel. Ele também não nega, mas também diz que tudo dependerá das conversas com lideranças. “Tudo a respeito desse cenário ainda se encontra em uma fase inicial de discussão. Não existe nada concreto, mas estamos dispostos a ouvir o partido e as lideranças”, pontuou.

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