Daniel Vilela dá passos importantes, repetindo estratégia de Caiado

Vice-governador e presidente do MDB, Vilela asfalta força para pleito municipal do ano que vem de olho em 2026

Postado em: 08-05-2023 às 08h40
Por: Yago Sales
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Vice-governador e presidente do MDB, Vilela asfalta força para pleito municipal do ano que vem de olho em 2026. | Foto: Divulgação

A proeminência do vice-governador e presidente do MDB estadual, Daniel Vilela, de receber, como primeiro ato como governador interino, Gustavo Mendanha (Patriota), foi o assunto mais importante da política goiana desde a eleição. 

Visto como a voz que se impunha à oposição ao segundo mandato de Ronaldo Caiado (União Brasil), Mendanha prometeu o que cumpriu, de opor-se “de forma responsável” e, agora, enfraquece o rastilho de oposição – que tem, sob o afã, do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). 

Por isso, sozinho, Perillo fica ainda mais longe de uma luz no fim do túnel para voltar ao Palácio Pedro Ludovico e, quiçá, ao Senado Federal, onde o tucano já bateu ponto, na intercalação entre a saída e retorno ao governo. Com a distância de nomes cada vez mais próximos de Caiado, dizem nos bastidores, Perillo dependerá de um ácido nesse clima de união no grupo que existe e o que se forma ao redor do atual governador.

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Com a sugestiva entrada de Mendanha na base governista, podendo, inclusive, assumir uma pasta, Daniel repete o atual morador da Casa Verde, Ronaldo Caiado. Um ano antes de concorrer à reeleição, Caiado foi à sede do MDB, cordialmente, apontar Vilela como seu vice, excepcionalmente. 

Como Caiado sabia que o MDB – Daniel ou Mendanha – poderia ser uma pedra no sapato no pleito de 2022, Daniel entende que a votação de Gustavo, reconhecido pelos resultados como prefeito de Aparecida e a reeleição histórica em 2020, seria um percalço em 2026. 

Vale lembrar que Mendanha teve mais votos na disputa contra o projeto de reeleição com Caiado do que Daniel teve em 2018. Na tacada de mestre ao chamar Daniel para si, Caiado não atraiu apenas o filho de Maguito Vilela e o chefão da sigla mais forte de Goiás, mas atou as mãos de Gustavo, que já demonstrava que poderia ser o nome para concorrer. 

Com a reaproximação, ganha Daniel e ganha Mendanha, que, junto do poder, continua tendo protagonismo, ajudando futuros aliados, construindo sua base para um futuro que, na política, nunca está longe. 

Mas Daniel não tem a missão, como presidente do MDB, de apenas reconquistar a confiança de Mendanha. Ele precisará se reaproximar de outros emedebistas que fizeram toda a diferença para o partido, sobretudo em eleições municipais, por ora, o maior desafio de qualquer dirigente partidário do Brasil. 

Ano que vem haverá eleições municipais que, como sempre, impactam as disputas estaduais dois anos depois. É nas eleições municipais que os partidos enxergam seus players e asfaltam projetos que valem muito mais do ponto de vista de interesse “pessoal”, como chegar à Câmara Federal, Senado, governo estadual ou até à Presidência da República. 

Com isso, Daniel, além de Mendanha, tem no cronograma o caminho para o interior, onde, entre outros, deverá tentar buscar trazer de volta o atual prefeito de Catalão, Adib Elias, que está sem partido. A conversa não se concretizou ainda, mas, como Adib não se filiou a nenhuma sigla por enquanto, e por ele ser um emedebista histórico, são as grandes chances de seu retorno. 

E tem nomes que já são conhecidos, como o deputado federal José Nelto, que está no Progressistas de Alexandre Baldy. Nelto é um dos deputados com maior network na Câmara Federal com prefeitos do interior goiano. Próximo de Daniel, se torna um cabo eleitoral de primeira importância, além de bom trânsito no Congresso Nacional. 

Além do encontro com Mendanha, Daniel Vilela recebeu Ana Paula Rezende, que, especula-se, tem forte adesão da cúpula emedebista para disputar a prefeitura de Goiânia – lembrando que Gustavo é uma expectativa expectante para tal, caso encontre uma brecha na legislação ou interpretação da Justiça. De qualquer maneira, Daniel dá os passos necessários para se garantir como o grande líder do MDB que se fortalece para 2026, sem largar a chance de a legenda sair mais forte nas eleições municipais.

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