Como fica PSD na base de Caiado com Vanderlan presidente da sigla

Vanderlan Cardoso rompeu com Caiado por causa de escolha do governador de ter Daniel a vice e ainda apoio adversário ao governo

Postado em: 10-05-2023 às 08h10
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Como fica PSD na base de Caiado com Vanderlan presidente da sigla
Vanderlan Cardoso rompeu com Caiado por causa de escolha do governador de ter Daniel a vice e ainda apoio adversário ao governo. | Foto: Reprodução

Henrique Meirelles ainda trepidava entre ser ou não ser candidato ao Senado Federal antes, muito antes, do start à eleição do ano passado, e o jornal O Hoje buscava entender qual o protagonismo do PSD de Vilmar Rocha, em Goiás, e Gilberto Kassab, a nível nacional. 

Com o tempo, Meirelles caiu fora da disputa. E Vilmar, como o famoso estrategista que é, tentou emplacar nomes ao Senado, entre eles o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, na vaga. Depois de muita conversa o próprio Vilmar concorreu à vaga. 

Entendendo como poucos dos meandros da política não apenas goiana, mas brasileira, Vilmar se espremeu sob o guarda-chuva da chapa “entre aspas” da reeleição de Ronaldo Caiado (União Brasil) com o vice-governador, Daniel Vilela (MDB). 

Continua após a publicidade

Explico: Caiado não declarou, exclusividade, a nenhum dos três nomes – fortes, por sinal – que concorreram à única vaga ao senado na disputa do ano passado. Além de Vilmar Rocha, presidente do PSD, concorreram o vice-presidente do União Brasil, partido de Caiado, Delegado Waldir e o presidente do Progressistas, Alexandre Baldy. 

Três nomes, três medidas? Independente do fracasso do trio nas urnas, Caiado fez uma promessa a cada um: daria espaço para eles em um eventual segundo mandato. Eventual, não, na verdade, quase certo, tendo em vista a força que Caiado vinha demonstrando desde a campanha que o levou à vitória ainda em 2018, quando foi eleito, pela primeira vez, governador, mesmo diante da falta unânime de apoio no interior goiano. 

Vilmar Rocha sabia de tudo isso. Acompanhava o governo como poucos. Ouvindo e recuperando o fôlego para tentar disputar. Com a posse no segundo mandato, Caiado foi atendendo aos aliados. Sem nada de enxergar o PSD do gigante Vilmar, ouviu por aí que o Rocha estava a reivindicar. 

Caiado ofereceu uma pasta sem muita relevância do ponto de vista político, em que o auxiliar teria ali algum protagonismo. Vilmar não queria nada. Indicou três nomes e o escolhido foi Francisco Júnior, ex-deputado estadual, com enorme influência na Igreja Católica. Numa tacada só, Caiado atraia ainda mais para si Vilmar, o Rocha da política com pé no Planalto – Kassab é carne e unha com o pessoal do Lula – e, ainda, com um dos nomes mais relevantes com uma das religiões mais relevantes de Goiás. 

O problema é quando surge a informação de que o PSD, com apoio de Kassab, unge o senador Vanderlan Cardoso como o próximo presidente da legenda em Goiás. Com urgência, partidários se perguntaram, dedo em riste, como seria o destino da vaga de Caiado à legenda, sob a representatividade de Francisco Júnior na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), com Vanderlan, que se tornou um crítico a Caiado. Dizer que é um adversário é exagero, como observa uma fonte palaciana. 

Um fato, no entanto, contraria esse otimismo da fonte. Como relembrou o jornalista do jornal O Hoje Francisco Costa, Vanderlan é “persona non grata” no governo. Disputou a prefeitura de Goiânia com o apoio de Caiado em 2020, mas dois anos depois apoiou Major Vitor Hugo (PL) para o governo de Goiás contra o atual gestor. Tudo porque Vilela foi acolhido pela vice-governadoria. E deu certo. 

É que Caiado correu, a um ano do pleito, à sede do MDB para convidar Daniel Vilela – amarrando o MDB e chispando com Gustavo Mendanha – para o projeto de reeleição. 

Fontes do Palácio das Esmeraldas, no entanto, atestam que Vanderlan pouco ou nada deve influenciar na relação de Caiado com o partido no Palácio Pedro Ludovico. Afinal, a vaga corresponde ao cumprimento da promessa feita em 2022. Ou seja, Caiado fez sua parte. 

Veja Também