Hapvida é condenada a indenizar por mau atendimento

Justiça condena estipulou pagamento de R$8 mil a homem que teve agravamento de Síndrome de Guillain-Barré

Postado em: 11-05-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Hapvida é condenada a indenizar por mau atendimento
Justiça condena estipulou pagamento de R$8 mil a homem que teve agravamento de Síndrome de Guillain-Barré. | Foto: Vinícius Schmidt/ Metrópoles

O desrespeito ao protocolo de atendimento a uma doença rara durante atendimento a um paciente que seria diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré levou a Justiça goiana a condenar o plano Hapvida Assistência Médica LTDA por mau atendimento no Hospital Jardim América, em Goiânia. 

O paciente havia entrado com um recurso depois de decisão monocrática que lhe negava o direito à indenização. Com isso, a decisão foi reformada pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais de Goiás e condenou a Hapvida. 

Desde setembro de 2020, o Hospital Jardim América, que foi fundado em 1982, pertence ao Sistema Hapvida, adquirido por R$426 milhões por empresários do Ceará. 

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Beneficiário do plano de saúde da operadora, o paciente percebeu algo estranho nas pernas e procurou a unidade hospitalar por volta das 22h do dia 28 de março de 2022. Inicialmente, fez exames e, ao retornar, horas depois, para falar com o médico, teve de passar por nova triagem e, ainda, pagar por nova coparticipação pela consulta. Uma equipe médica discutiu o caso, mas virtualmente. 

Sem a presença de um neurologista nem de um neurologista para realizar um procedimento, o paciente foi para casa. Ao retornar na manhã do dia seguinte, já no dia 29, o paciente passou por uma triagem, após esperar horas. Sem um diagnóstico, ouviu dos funcionários do hospital que o sistema havia saído do ar.  Ele teria de voltar para casa de novo. 

Com o diagnóstico tardio da Síndrome de Guillain-Barré, passou por nova triagem. Em determinado momento, o paciente teve um ataque de pânico. Ele conseguiu vaga para internação apenas no dia 31. Mesm assim, houve atraso em outro procedimento, um exame chamado eletroneuromiografia, feito apenas no dia 1° de março. 

Em depoimento à Justiça, o paciente contou que o procedimento foi feito em uma clínica vizinha ao Hospital Jardim América. “Discorreu que o referido exame foi realizado na clínica ao lado onde estava internado, para onde foi levado a pé pelo maqueiro, que o deixou desacompanhado na clínica, obrigando-o a retornar à internação sozinho, com o risco de sofrer uma queda”.

Com o diagnóstico para que fizesse o tratamento de plasmaférese “que, conforme sugerido pelo neurologista, deveria ser iniciado com urgência”, começou apenas dia 5 de abril, ou seja, oito dias após sua consulta na emergência. 

Como o paciente mesmo afirma, ele enfrentou uma “saga” que não terminava ali. Ele recebeu alta a 13 abril, com prescrição de fisioterapia e medicamento que “não poderia lhe ser ministrado, por ser resistente à combinação amoxicilina e ácido clavulânico, o que só foi notado por si e, após informar o erro, foi prescrita nova receita, com medicamento diverso”. 

O paciente conseguiu encontrar um fisioterapeuta apenas no dia 2 de maio e, ainda, trinta minutos, uma vez por semana. O percurso do paciente desde a primeira consulta terminou pela condenação do Hapvida “à indenização pelos danos materiais e morais que entende ter suportado”. 

Além de ter estipulado o valor de R$8 mil, o juiz determinou que fosse restituído o valor de R$ 28,75  pago a título de coparticipação. “Todavia, inegável que a documentação acostada ao feito evidencia a demora no atendimento e tratamento oferecido ao paciente”. 

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