Caso das joias: celular de chefe do setor de presentes da Presidência é apreendido pela PF
A busca e apreensão ocorreu em meio às investigações do caso das joias sauditas
Por: Ícaro Gonçalves
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A Polícia Federal apreendeu na manhã desta sexta-feira (12/5) o celular de Marcelo da Silva Vieira, que ocupou o cargo de chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República no mandato de Jair Bolsonaro (PL).
A busca e apreensão ocorreu em meio às investigações do caso das joias sauditas. Em depoimento à PF no mês passado, Vieira disse que Bolsonaro participou de uma ligação que na qual foi discutida a tentativa de resgatar das joias sauditas apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
Segundo apuração da TV Globo, Vieira havia se comprometido a entregar o aparelho celular um dia após o depoimento, mas acabou mudando de ideia e não apresentou o telefone até agora.
A PF, então, pediu a apreensão do celular. A Justiça de Guarulhos negou, mas, em recurso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) autorizou e expediu o mandado.
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Pedido de Bolsonaro
As tentativas de recuperação das joias recebidas do governo da Arábia Saudita e retidas na Receita Federal começaram com um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é do depoimento prestado pelo braço-direito do ex-presidente, Mauro Cid, à Polícia Federal (PF).
Segundo Cid, Bolsonaro o informou sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal e pediu que ele checasse se era possível regularizar as joias. De acordo com o ajudante de ordens do ex-presidente, não houve ordem de recuperação do presente, mas sim uma solicitação.
Com isso, Mauro Cid entrou em contato com Júlio César Vieira Gomes, então secretário especial da Receita, que confirmou a existência de um pacote retido e que já havia um pedido de liberação dos itens datado de novembro de 2021, em nome do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Cid afirmou que Júlio César o orientou sobre como deveria ser feito o documento para solicitar à Receita a retirada do presente, inclusive sobre quem deveria assinar o pedido. A maior parte das tratativas aconteceu por meio do WhatsApp, de acordo com ele.
O então secretário especial da Receita foi quem assinou o despacho que solicitava que auditores do órgão no Aeroporto de Guarulhos atendessem o pedido de Cid e entregasse o conjunto de joias retidos. Na mesma semana em que tentou liberar as joias para Bolsonaro, Júlio Cesar foi nomeado adido da Receita Federal em Paris. A nomeação foi revogada por Fernando Haddad em 2 de janeiro.
De acordo com o depoimento de Cid, essa foi a primeira vez que a Receita foi acionada para pedir a incorporação de bens a Bolsonaro, mas que era comum que ele buscasse presentes para o ex-presidente em todo o país.