Em audiência na Alego, Bia de Lima questiona remanejamento de alunos do ensino médio para o EJA

A audiência debateu o remanejamento de alunos do ensino médio regular para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) após o fechamento de turmas noturnas

Postado em: 17-05-2023 às 08h22
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Em audiência na Alego, Bia de Lima questiona remanejamento de alunos do ensino médio para o EJA
A audiência debateu o remanejamento de alunos do ensino médio regular para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) após o fechamento de turmas noturnas | Foto: Sergio Rocha/Alego

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) recebeu na tarde de terça-feira (15/5) uma audiência pública para debater o ensino médio no período noturno.

Promovida pela deputada Bia de Lima (PT), a audiência questionou o remanejamento de alunos do ensino médio regular para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) após o fechamento de turmas noturnas de escolas estaduais no início deste mês de maio.

Bia de Lima ressaltou ter cursado sétima e oitava séries à noite. “Sou uma árdua defensora do ensino regular noturno”, afirmou, dizendo que a migração dos alunos para o EJA significa um “aligeiramento” do ensino noturno.

Continua após a publicidade

“Mesmo o fato de um aluno estar atrasado em relação à série prevista para a sua idade, disse, não justifica essa aceleração do ensino, que significaria a subtração de uma educação mais completa, que diminui a chance [do aluno] de chegar ao ensino superior”, destaca.

A deputada ainda questionou as propostas da Secretaria Estadual de Educação para o ensino médio. “O que a Seduc de fato está propondo? Com quais objetivos? Como a sociedade vai garantir que não terá prejuízo, como garantir o direito legítimo de os professores não terem prejuízo?”.

Superintendente de Gestão Estratégica e Avaliação de Resultados da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Márcia Maria de Carvalho Pereira contrapôs a deputada afirmando que “os dados de frequência do [ensino] noturno são alarmantes” – não só dos alunos, disse, mas também de professores.

Segundo a superintendente, a média geral de frequência dos alunos de 392 escolas que oferecem o ensino noturno em Goiás, que “já não chegava a 70% em janeiro, sendo 75% o necessário para a aprovação de um aluno”, vem caindo a cada mês e foi de apenas 43% em abril.

Representantes de outros órgãos, bem como a própria Bia de Lima, criticaram o que disseram ser a falta de diálogo antes da implantação da política atual. Seria preciso, disseram, conversar com todos os afetados pela medida.

Estiveram presentes integrantes do Conselho Estadual de Educação e da Secretaria Estadual de Educação, membros da Associação dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), além de professores e alunos da rede estadual de ensino.

Encerrando a audiência, Bia de Lima agradeceu a presença dos participantes solicitando aos integrantes do Conselho que levem à secretária de Educação, Aparecida Fátima Gavioli, o pedido de revisão, mantendo a oferta regular no ensino médio noturno. A deputada reiterou a necessidade de uma discussão ampla, com toda a rede escolar, com oportunidade de fala a todos, para uma melhor resposta à comunidade educacional.

Com informações da Agência Assembleia de Notícias

Leia também: Sintego: suspensão do Novo Ensino Médio dará tempo para todos se posicionarem

Veja Também