Dobradinha entre Republicanos e Progressistas toma corpo

Uma reunião entre Rogério Cruz (Republicanos) e Roberto Naves (PP), prefeitos de Goiânia e Anápolis, respectivamente, trouxe à tona um passo importante para o fortalecimento de forças políticas para a eleição municipal do ano que vem para ambas as cidades. 

O interesse maior, evidentemente, é do prefeito da capital, que mira a reeleição, enquanto o anapolino tem a missão de fazer um sucessor. O ambiente da reunião ainda tinha nomes definidores, como o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo, e o presidente do seu partido, o Patriota, Jorcelino Braga.  

Em partes, é compreensível o contorno promissor do encontro entre Cruz e Naves, já que Republicanos e o Progressistas de Alexandre Baldy – atualmente presidente da Agência Goiana de Habitação -, têm planos de “chegar junto” em cidades goianas. 

O ajuntamento de forças em Goiás vem de cima, como retribuição à parceria firmada entre bambambans de Brasília, quando uma dobradinha garantiu Arthur Lira, do PP, como presidente da Câmara e Marcos Pereira, presidente do Republicanos, na vice. 

Um bom aceno foi dado pelo Paço quando, ouvindo as vozes do PP, sondou uma das secretárias de Roberto, lá em Anápolis, Eerizana Freitas, para assumir a Educação da capital. Em entrevista no final de fevereiro para o DM Anápolis, a secretária confirmou a informação, mas optou por seguir no cargo sob o guarda-chuva de Naves. 

“A gente recebe isso com muita alegria e eu entendo que é um privilégio ter esse nome indicado pelo partido, mas também entendo que todo esse resultado e essa indicação se devem às políticas sociais que foram implantadas na cidade de Anápolis, o sucesso das políticas, tanto na assistência social, no esporte, na cultura e também à frente da Secretaria de Educação”, disse ela. 

Em abril, o presidente do PP estadual, Alexandre Baldy, cobrou Rogério Cruz sobre a indicação de um nome na legenda no primeiro escalão da prefeitura. “Esse convite ainda não foi feito, essa pesquisa sobre os nossos quadros não foi realizada, mas se o prefeito entender fazer, nós estaremos prontos para poder ajudá-lo”, disse ele. 

O pedido, no entanto, tinha um entrave mais espinhoso: Cruz buscava driblar a pior crise que enfrentava na Câmara Municipal, com vereadores cada vez mais estridentes ao microfone e à imprensa. E, claro, sobretudo, o azedume da Comissão Especial de Investigação (CEI) que jogou luz às supostas irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). 

Acertado os cargos que distribuía aos parlamentares, com indicação inclusive ao presidente da Casa, Romário Policarpo, o prefeito consegue encontrar algum alívio para pensar em algo para o PP de Baldy.

Não é recente que fontes ouvidas pela reportagem do jornal O Hoje afirmam que Cruz adotaria a postura de reaproximação com a Câmara, principalmente em tempo hábil para conseguir emplacar a viabilidade para disputar a reeleição em outubro próximo. 

De qualquer maneira, a restruturação do corpo de auxiliares, deverá contribuir para evitar críticas de “fogo-amigo”, sem muitos efeitos, à vista, de que isto chegue à opinião pública imediatamente. 

Isso vai depender da base eleitoral de grupos políticos empenhados com o projeto de reeleição e, inclusive, na formatação de chapas que, diferentemente do pleito passado, deverá ser bem diferente. 

A presença de Jorcelino Braga na tal reunião, diz uma fonte, representa muito, principalmente sobre uma possível entrada de Gustavo Mendanha na disputa pelo MDB. Pragmático, sem fazer barulho, quase em silêncio, Jorcelino  Braga já parece dizer com quem pode estar ou, quiçá, com quem vai estar.