Nome de Gracinha ao Senado é visto como estratégia para garantir vaga de Caiado

Integrante do alto escalão da política goiana afirma que primeira-dama pode ser usada para ‘garantir vaga’ caso do governador não se viabilizar na disputa à presidência

Postado em: 23-05-2023 às 07h55
Por: Francisco Costa
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Integrante do alto escalão da política goiana afirma que primeira-dama pode ser usada para ‘garantir vaga’ | Foto: Divulgação

O nome da primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado, tem ganhado força para disputa ao Senado em 2026, ano que a Casa Alta do Congresso terá duas cadeiras disponíveis. Um integrante do alto escalão da política goiana, contudo, diz se tratar de estratégia para segurar uma dessas cadeiras para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), caso o gestor não viabilize seu nome na disputa à presidência e decida concorrer a este outro cargo. 

Atualmente, o entendimento é que o governador Ronaldo Caiado tenta viabilizar seu nome na disputa ao Palácio do Planalto em 2026, repetindo o feito do início da carreira, em 1989. Caso não consiga, fala-se até em encerramento, mas aos 73 anos os aliados do chefe do Executivo goiano entendem que ele ainda tem “combustível para queimar” – afinal, Goiás é terra de políticos longevos, vide o ex-prefeito de Goiânia e ex-governador Iris Rezende. 

Nesse sentido, Gracinha pode ser candidata ou pode segurar a vaga da base de Caiado. O parlamentar que conversou com o Jornal O Hoje explica que se o governador declina e as vagas ficam “soltas”, as bases podem tentar preenchê-las. Claro que existe a possibilidade de candidatura independente, mas a divisão de votos pode não ser interessante, como não o foi em 2022. 

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À época, disputaram pelo caiadismo, por uma vaga, Delegado Waldir (União Brasil), Alexandre Baldy (PP) e Vilmar Rocha (PSD). Juntos, eles tiveram mais de 1 milhão de votos, enquanto o vencedor do pleito chegou a 799.022 (25,25%). 

Em números individuais dos caiadistas tiveram: delegado Waldir, 539.219 votos (17,04%), Alexandre Baldy, 406.379 (12,84%) e Vilmar Rocha 55.934 (1,77%). As bases não são as mesmas, mas uma candidatura única talvez rendesse um resultado diferente.

Base concorrida

A fala do político ganha força à medida que a base movimenta para preencher o espaço de 2026. Parece cedo, mas uma eleição começa quando outra termina. 

Além de Gracinha, cujo nome tem ganhado força nas rodas de conversa política, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Patriota), já deixa claro sua intenção de estar na chapa majoritária em 2026.

O político já retomou o relacionamento fraterno com o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e se aproxima do governador Ronaldo Caiado. De fato, Mendanha pode retornar, em breve, ao MDB, partido que deixou em 2021 após desentendimentos com Vilela. O retorno, contudo, depende de garantias que ele possa estar na majoritária – o que também inclui a vice de Daniel, que deve ser o nome na disputa ao Palácio das Esmeraldas. 

Além dele, o ex-ministro Alexandre Baldy pode repetir a tentativa no próximo pleito para senador. É o mesmo caso do ex-deputado federal Delegado Waldir, que terminou em terceiro no páreo de 2022. 

Gracinha

Mas ainda sobre Gracinha, a primeira-dama desconversa sobre a possibilidade de concorrer ao Senado. Durante uma entrevista coletiva neste mês, declarou ao lado do marido que não pensou na possibilidade. “Eu nunca exerci cargo político, nunca fui candidata a nada, não pensei nisso. O meu caminho é estar sempre junto a Ronaldo e é isso que tenho feito.”

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