BRT deve ser o principal argumento da oposição a Cruz em 2024

Prefeito, que tem estratégia de estar nas ruas, perto do povo, trabalha para entregar obras

Postado em: 23-05-2023 às 08h07
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: BRT deve ser o principal argumento da oposição a Cruz em 2024
Prefeito, que tem estratégia de estar nas ruas, perto do povo, trabalha para entregar obras | Foto: Reprodução

É cada vez mais certo que o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), vai ter total apoio da legenda para o projeto de reeleição do ano que vem. Embora tenha enfrentado uma artilharia, amiga até, dos vereadores, conseguiu estancar a sangria em uma estratégia comum: distribuir cargos, principalmente para parlamentares mais afincos.

Com a máquina e com uma robusta base na Câmara a um ano e pouco da pré-campanha, facilmente revertida em votos, Cruz é considerado um prefeito rueiro: aparece em escolas, praças, obras, mostrando a cara. E não é de hoje. 

Cruz era um vereador simplório quando o seu partido o ungiu para compor a chapa do MDB, cujo cabeça era Maguito Vilela. Com a morte do prefeito eleito, Cruz assumiu o cargo e passou a circular por emissoras de televisão, rádios, jornais e portais. Raramente alguém não se lembra de Maguito, que não resistiu às consequências da Covid, o que faz o goianiense imediatamente saber que Cruz é o prefeito. 

Continua após a publicidade

Depois do rompimento com o MDB, sob a liderança de Daniel Vilela, atual vice-governador e presidente da legenda, Cruz construiu, em seu entorno, o modus operandi que confundiu, incomodou, mas também convenceu nomes experientes da política goiana, como o ex-vereador e atual deputado estadual, Clécio Alves, um fervoroso defensor do prefeito, colega de partido. 

Rogério Cruz está longe de uma unanimidade para a construção de um projeto à reeleição ano que vem e deve enfrentar nomes fortes que vão se firmar por cima de siglas igualmente competidoras. Enquanto o MDB de Vilela indica que vai ter candidato, não se sabe com que político – Ana Paula Rezende ou, hipoteticamente, Gustavo Mendanha. 

Da mesma forma, o Partido dos Trabalhadores do presidente Lula da Silva não deverá perder a oportunidade de tentar emplacar alguém. Há quem diga que Lula pode soprar o nome da deputada federal Adriana Accorsi e até subir no palanque em Goiânia. É agora ou nunca. 

De qualquer maneira, o prefeito, mesmo que não haja pesquisas consolidadas, tem chance. Afinal, o seu partido tem cabos eleitorais que podem amarrar politicamente apoio de categorias e fortalecer laços, como o ex-deputado federal João Campos. E, como se sabe, a igreja evangélica está quase majoritariamente com Cruz. Além da Universal do Reino de Deus de Edir Macedo, alguns campos importantes da Assembleia de Deus, espalhadas por todos os bairros da capital. 

Como qualquer gestor, Cruz tem um calcanhar de aquiles que pode ser fartamente utilizado pela oposição. Um deles é a falta de cumprimento do projeto – que era marca de campanha de Maguito e do próprio Cruz – da implementação do Cidade Inteligente. 

Em agosto de 2021, a prefeitura chegou a divulgar que investiria R$2 bilhões no Programa Goiânia em Nova Ação. Obras anunciadas foram entregues, mas não houve, em dois anos e meio, um resultado que marcasse a gestão. 

Outro ponto que Cruz deverá responder é sobre o comumente problema na saúde municipal que parece endêmico. Ao mesmo tempo, há a dificuldade de o goianiense entender como anda o BRT que, mesmo com obras finalizadas, ainda não se viu nem sinal do serviço.

Um aliado de Cruz afirmou certa vez que a entrega do BRT pode ser o maior trunfo do prefeito e o colocará, em caso de uma comunicação efetiva com o eleitorado, como o “cara que trouxe isso aí para a cidade”. E, no caso, como é comum em campanhas eleitorais, este vai ser justamente o principal assunto dos concorrentes. “E o BRT?”, deve ser o mais recorrente questionamento.  

A mesma fonte aliada de Cruz comentou ainda que “nem que seja com máquinas em todos os pontos do BRT”, mas Cruz vai ser o “prefeito que vai ser lembrado pela obra”.

Veja Também