A difícil missão de Ibaneis Rocha para reverter o corte no FCDF

Perdas podem chegar a R$ 87 bilhões nos próximos 10 anos, segundo estimativas do governo local

Postado em: 25-05-2023 às 22h30
Por: Wilson Silvestre
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Perdas podem chegar a R$ 87 bilhões nos próximos 10 anos, segundo estimativas do governo local | Foto: Reprodução

Brasília sempre viveu em opulência, graças ao status de Capital da República e os generosos recursos dos contribuintes via Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Os números são superlativos. A estimativa do repasse federal para 2023 é de R$ 22,97 bilhões que, somados aos recursos próprios de R$ 34,39 bilhões, o orçamento é R$ 57,36 bilhões. Nada mal para uma população de 3 milhões de habitantes.

Mas, com a proposta do relator do Arcabouço Fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), aprovado na Câmara, ceifou um naco do FCDF, o governador do Distrito Federal e aliados buscam um acordo com senadores para reverter o corte. De acordo com estimativas do governo local, será algo em torno de R$ 87 bilhões nos próximos 10 anos.

“A questão agora é saber quem pôs o jabuti na árvore: se o governo Lula ou o relator combinado com o entorno dele”, diz um experiente jornalista político à Xadrez. Na percepção de jornalistas e deputados os quais a Xadrez conversou, o consenso é que existe uma certa “inveja dos demais parlamentares de outras unidades da federação quanto à garantia que o GDF tinha de correção automática do valor do fundo ano a ano”.

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Soma-se às dificuldades de Ibaneis e seu time em reverter a decisão da Câmara no Senado o enrosco político da CPMI do 8 de janeiro, que vai exigir muito do governo Lula. Como o DF é o principal protagonista da CPMI, a avaliação é que o lulopetismo não vai se condoer com Ibaneis e seu drama.

Ninguém fala na CPI do DF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em muitas situações faz jus ao descrédito junto à população. Quando se imagina que a próxima legislatura vai melhorar o conceito, vem a decepção. A CPI dos Atos Antidemocráticos é um exemplo. Ninguém ouve falar e morre de inanição sem fatos novos.

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