Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Reaproximação entre Câmara e Paço esfria CEI da Comurg que caminha para o fim

Cenário em que o relatório final será entregue, é bem diferente daquele em que a CEI foi instalada

Postado em: 29-05-2023 às 07h50
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Reaproximação entre Câmara e Paço esfria CEI da Comurg que caminha para o fim
Expectativa é que documento assinado por Thialu Guioti seja apresentado em 20 de junho | Foto: Reprodução

Nos bastidores da Câmara Municipal de Goiânia, a informação é de que o novo ‘clima de paz’ entre a Câmara e o Paço teria “esfriado” os trabalhos da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).  

A Comissão, vale lembrar, foi proposta e é encabeçada por um oposicionista ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos), o vereador Ronilson Reis (PMB). A leitura, segundo as mesmas fontes, é de que quando foi instalada, a CEI, claro, buscava esclarecer os inúmeros indícios de irregularidades praticadas pela administração da Companhia, mas também mostrar, do ponto de vista político, a força da Câmara em relação ao Paço.

Acontece que a CEI foi iniciada na Casa de Leis em um ambiente completamente adverso aos dias de hoje. O cenário era de revolta por parte, inclusive, de alguns membros da mesa diretora e de grande parte dos parlamentares da base. A Câmara não se sentia, naquele momento, contemplada pela administração de Rogério. Faltava voz e vez ao Parlamento, que respondeu. 

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Em meio a esse contexto, a CEI, avalia um vereador, “tirou o sono” de integrantes do Executivo por muitas semanas. A cobertura massiva da imprensa nas primeiras ações revelou um Parlamento pujante, sedento em sanar as supostas irregularidades praticadas pela Comurg e prestar contas, claro, aos goianienses. 

Nas primeiras semanas de trabalho, o presidente da Comissão foi à sede da empresa em busca dos materiais de construção que, segundo um de seus dirigentes, teria sido adquirido com recursos antecipados repassados pela prefeitura aos cofres da Comurg. A visita surpresa revelou uma farsa, como enfatizado por Ronilson que afirmou aos colegas que o diretor administrativo e financeiro do órgão, Adriano Gouveia, teria mentido de “cara lavada” durante a oitiva. 

Os trabalhos serviram principalmente para revelar o rombo milionário que a Comurg acumula ao longo dos anos. Apenas ao Imas, segundo seu diretor administrativo, Ricardo Pinheiro, a Companhia acumula uma dívida de R$ 8,8 milhões. 

Mas o que mais chamou atenção dos vereadores e foi, em sua maioria, alvo principal das investigações, passa pelos pagamentos antecipados da Prefeitura de Goiânia à Comurg para reforma de 14 unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o que, além de irregular, não foi cumprido dentro dos prazos estabelecidos. 

Por meses, esse, dentre todos os problemas diagnosticados pela CEI, esteve no centro das atenções. Apesar de não terem esgotado os interrogatórios, a análise comum, no entanto, é de que a Comissão já reuniu informações suficientes para encerrar o assunto na Casa. O que deve ser feito nos próximos dias. 

Integrantes do grupo já defendem publicamente a capacidade de concluir o processo de investigação contra a Companhia. O relatório será entregue pelo vereador Thialu Guitoti (Avante). Nos bastidores, vereadores comentam que o relatório pode sugerir o afastamento dos atuais dirigentes da Comurg e “amenizar para o Paço”. A expectativa é de que o documento seja entregue em 20 de junho.

O cenário em que o relatório será entregue, portanto, é bem diferente daquele em que a CEI foi instalada. Vale destacar que, além da recente debandada do presidente da Câmara, Romário Policarpo, membros da CEI como Thialu Guioti, Welton Lemos (Podemos) e Paulo Henrique da Farmácia (Agir) foram contemplados recentemente com novas indicações na prefeitura.

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