Deputado goiano pede prisão de Maduro à embaixada dos Estados Unidos

“Nosso chefe maior, o presidente da República, está hoje recebendo um narcoditador”, disse Gayer ao justificar ofício enviado à embaixada americana

Postado em: 30-05-2023 às 07h43
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Deputado goiano pede prisão de Maduro à embaixada dos Estados Unidos
“Nosso chefe maior, o presidente da República, está hoje recebendo um narcoditador”, apontou Gustavo Gayer | Foto: Reprodução/ Alan dos Santos

O deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL-GO) se uniu ao colega Zé Trovão (PL-SC) em um pedido de prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O documento foi despachado à embaixada dos Estados Unidos no Brasil na manhã da última segunda-feira, 29, logo após o chefe de Estado desembarcar no País para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na carta assinada por Gayer o parlamentar expressou “total indignação e repúdio” pela presença do “ditador venezuelano” em solo brasileiro. No mesmo documento ele ainda pediu informações acerca das medidas que seriam tomadas pelo Governo Americano para a captura do “ditador venezuelano” a quem se referiu como “criminoso”. 

O documento, endereçado especificamente à embaixadora dos Estados Unidos da América, Elizabeth Frawley Bagley, Gayer tambem cita uma publicação do site Drug Enforcement Administration (DEA) — Administração de Repressão às Drogas — onde Maduro é destacado como “procurado por autoridades norte-americanas, acusado pelo Procurador-Geral dos Estados Unidos, Willian Barr, pelos crimes de narcotráfico, terrorismo internacional e corrupção. 

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“O motivo que me levou a fazer esse ofício à Embaixada Americana é que a principal guerra que está sendo travada hoje é a guerra da desinformação contra a verdade. Do lado da desinformação está a extrema imprensa, boa parte da imprensa tradicional, que fala que a democracia voltou, o amor venceu e bate palmas para o descondenado que está na presidência. Ao fazer esse ofício fica escancarado que o nosso chefe maior, o presidente da República, está hoje recebendo um narcoditador conhecido mundialmente e condenado nos Estados Unidos”, disse o parlamentar ao justificar a iniciativa em entrevista ao O HOJE

Em outro trecho ele destacou as condenações de Maduro e disse que o motivo do ofício é trazer à tona os fatos. “Sei que certamente, por ser em solo brasileiro, a polícia e o Exército americano não tem legitimidade para agir, mas os políticos e a imprensa americana ficarão sabendo que o presidente da República está recebendo um narcoditador condenado, que mata pessoas e está no poder com um projeto muito semelhante ao do Lula aqui no Brasil”, disse o deputado. 

E continuou: “O que me deixa mais indignado é justamente o fato de uma pessoa que fez campanha dizendo que ia devolver o Brasil à democracia, como se o governo anterior fosse uma ditadura, está agora de mãos dadas com o maior e mais sanguinário ditador. Não podemos esquecer: 700 mil venezuelanos estão hoje aqui no Brasil buscando segurança porque tiveram que fugir da Venezuela por conta deste cidadão que agora vem aqui e é recebido como autoridade internacional. (…) fico indignado com a imprensa não falar a verdade ao povo brasileiro sobre quem é Nicolás Maduro, os crimes cometidos por ele e a destruição que fez ao povo venezuelano”. 

Desembarque

Maduro chegou ao Brasil na noite do último domingo (28) acompanhado da primeira-dama venezuelana, Cilia Flores. A agenda com Lula incluiu uma reunião privada no Planalto e, posteriormente, uma cerimônia de assinatura de atos entre os países. Eles também almoçaram juntos. 

Ao desembarcar em solo brasileiro, Maduro disse que veio ao país para promover uma “agenda diplomática” que reforce a “união dos povos do continente” e aproveitou, ainda, para agradecer o que chamou de uma “calorosa acolhida”. 

Nicolás Maduro foi reconduzido em meio a uma disputa polêmica no ano de 2018. Eleição que, inclusive, não foi reconhecida por diversas lideranças internacionais — uma delas, vale destacar, o então presidente do Brasil naquele ano, Michel Temer (MDB). Desde então, o país enfrenta uma crise política sem precedentes. 

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, reconheceu o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente legítimo da Venezuela. Na contramão de Lula, Bolsonaro editou uma medida para impedir a entrada de autoridades do governo Maduro e, claro, o próprio presidente em território brasileiro.  

A Venezuela, vale destacar, se vê imersa em uma das mais graves recessões econômicas dos últimos anos. Lideranças da oposição do atual governo fizeram coro nas redes sociais em protesto a chegada de Maduro ao Brasil. Dentre elas, se manifestaram os senadores Flávio Bolsonaro e Sérgio Moro.   

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