Marina Silva pode ficar sem palanque em Goiás
Lucas de Godoi* Continua após a publicidade A presidenciável pela Rede, Marina Silva, pode ter que estruturar o próprio palanque em Goiás.
Por: Sheyla Sousa
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Lucas de Godoi*
A presidenciável pela Rede, Marina Silva, pode ter que estruturar o próprio palanque em Goiás. Até o momento, o partido ainda não acertou coligação com nenhum dos cinco pré-candidatos ao governo. De acordo com a porta-voz da sigla no Estado, Eva Cordeira, existe a possibilidade de o partido lançar uma chapa própria, já que a prioridade é viabilizar a campanha da ex-senadora Marina Silva ao Planalto. Em nível nacional, a aliança com o PSDB foi descartada nesta quinta-feira por Marina.
“Aqui no Estado a Rede ainda não se definiu. Existe uma discussão interna sobre apoiar alguns dos candidatos ou lançar uma candidatura própria na convenção, em julho. Tudo na Rede é um processo diferente, um partido mais horizontalizado e tudo muito demorado”, explica Eva, acrescentando que os diálogos têm ocorrido de maneira “pragmática e estratégica”.
Caso prefira seguir com chapa pura, o partido em Goiás terá de dar conta de palanques para que Marina Silva faça sua campanha. Na visão de Eva, este não é um problema já que, para ela, a pré-candidata sozinha é capaz de cuidar das mobilizações. “Então a questão do palanque para Marina aqui é que ela por si só já é uma personalidade. Se ela vier hoje, ela tem o que todo candidato quer, que é a credibilidade”, defende.
De acordo com a porta-voz do partido, em Goiás não existe preferência quanto a algum projeto específico. “Se mais adiante a gente fechar com um candidato, vai ser o que mais se alinhar com os valores e pilares da Rede. Se acharmos que nenhum se alinha, a rede lança uma candidatura própria”, aponta. Ela destaca que “coligação não está eliminada, mas também está aberta a possibilidade de se ter candidatura própria”, porque o partido “não chega para coligar baseado em cargos e fisiologia”.
Aliança descartada
A declaração ocorre no momento em que a presidenciável descarta aliança nacional com o PSDB, depois de ter apoiado a candidatura de Aécio Neves no segundo-turno das eleições de 2014. “Quando ela fala da dificuldade de coligar nacionalmente com o PSDB, é sobre as denuncias que envolvem o partido. Num momento de eleição, a parte ruim seria usada com ela”, observa Eva Cordeiro.
“De jeito nenhum. Somos um partido político que se coloca respeitando o legado do que há de bom do PT e do PSDB, mas somos uma alternativa. PT e PSDB precisam de férias”, afirmou Marina Silva, durante sabatina promovida pela rádio Jovem Pan, quando questionada sobre a possibilidade de participar como vice na chapa do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).
Na entrevista desta quinta-feira, a pré-candidata também respondeu às críticas que são feitas sobre sua pouca visibilidade fora das épocas de eleição. “Estou sumida mesmo. Graças a Deus não estou aparecendo nas páginas policiais. Tenho 33 anos de vida pública e não tem um processo contra mim. Eles transformam isso como se fosse negativo. Agora, defendendo a sociedade contra o foro privilegiado isso eu estou o tempo todo”, disse.
Em 2014, Marina Silva ficou em terceiro lugar no Estado, com 23,9% dos votos válidos. Com a confiança de 771.157 pessoas, Marina ficou atrás de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves, que liderou as urnas goianas e ficou sozinho com 41,54%.
Candidatura própria
Preocupação secundária da Rede, o lançamento de candidatos para concorrer a cargos legislativos também segue em discussão. Segundo Eva, o partido tem uma chapa pronta com pré-candidatos a deputados estaduais e federais. O desafio agora é indicar um nome para disputar uma vaga ao Senado, já que o candidato natural, Aguimar Jesuíno, tem rejeitado a ideia.
“O Aguimar é uma pessoa que tem grande potencial de votos no partido. Ele ainda não se decidiu. Mas se ele ainda não disse não, ele pode dizer sim. E eu digo que ele tem condições de ser candidato tanto a deputado federal quanto ao Senado. Ele é o que tem maior potencial”, ressalta Eva Cordeiro. Aguimar Jesuíno foi candidato a senador por Goiás no pleito de 2014, pelo PSB e obteve 80.120 votos.
Quem também pretende ficar de fora das disputas deste ano é o ex-vereador Djalma Araújo, que concorreu a prefeito de Goiânia pelo partido em 2016 e angariou 2.402 votos. “Eu conversei com ele e ele disse não vai mexer com isso. Ele quer participar nos bastidores”, contou Eva Cordeiro. (*Especial para O Hoje)