Relatório da CEI deve focar no apontamento de “soluções” para os problemas da Comurg

Expectativa era de que o relatório de Guiotti fosse apresentado até o final deste mês, no entanto, o relator deixou claro que isso deve ocorrer só no final de junho

Postado em: 31-05-2023 às 07h40
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Relatório da CEI deve focar no apontamento de “soluções” para os problemas da Comurg
Expectativa era de que o relatório de Guiotti fosse apresentado até o final deste mês, no entanto, isso não deve ocorrer | Foto: Camara Municipal de Goiânia

A reportagem do O HOJE conversou, na última terça-feira, 30, com o relator, Thialu Guioti (Avante) e vice-presidente, Welton Lemos (Podemos), da Comissão Especial de Inquérito que investiga a Companhia de Urbanização de Goiânia, popularmente conhecida como CEI da Comurg.  A expectativa era de que o relatório de Guiotti fosse apresentado até o final deste mês, no entanto, o relator deixou claro que isso deve ocorrer só no final de junho. 

“Tínhamos a previsão de que poderia ser entregue até o final deste mês, no entanto o presidente e outros vereadores acharam ideal outras colocações, o que fez com que o prazo se estendesse. Se depois disso não tivermos novos depoimentos acredito que poderá ser entregue até o final de junho”, disse. 

Em outro trecho, ele chamou atenção não apenas para o fato de se apontar culpados, mas também de se apontar caminhos, soluções, para os problemas da Comurg. “Não é aquilo que as pessoas querem ouvir mas aquilo que de fato existe. Além do meu relatório apontar os culpados para quem o mais importante do que isso será apresentar soluções. Se pegarmos os últimos 15 anos tivemos presidentes e diretores que saíram de lá presos. Resolvemos o problema da Comurg? Não. Tão importante quanto punir culpados é apontar soluções. 

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E continuou: “Temos que basear nosso relatório em fatos, não dá pra fazer suposições. Tenho dito isso com muita frequência. Não há como criar um factoide com algo que não existe. O relatório será baseado naquilo que todos nós estamos vendo. Ou seja, baseado em fatos. (…) O que faremos  para sanar o problema é isso que estou estudando e contarei com apoio dos vereadores de outros técnicos para isso.  Tem que ser punido quem errou, quem deve dinheiro público tem que parar na cadeia, mas tão importante é apontar soluções para que isso não ocorra novamente”. 

Já o vice-presidente do grupo, vereador Welton Lemos foi na esteira. “Acredito que já temos material suficiente para aprovação do relatório, temos todas as oitivas de todos os envolvidos na questão dos contratos de fornecedores, de reforma das praças e cemitérios. Já ouvimos todos os atores, todas as pessoas ligadas, a parte financeira. Temos material suficiente para produzir um relatório consistente que vai apontar os erros e um relatório que vai apontar também possibilidades de caminhos novos. Mostraremos não só aquilo que já foi colhido, mas também queremos apresentar nossas sugestões”. 

Conforme mostrado pelo O HOJE, nos bastidores da Câmara Municipal de Goiânia, a informação é de que o novo ‘clima de paz’ entre a Câmara e o Paço teria “esfriado” os trabalhos da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).  

A Comissão, vale lembrar, foi proposta e é encabeçada por um oposicionista ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos), o vereador Ronilson Reis (PMB). A leitura, segundo as mesmas fontes, é de que quando foi instalada, a CEI, claro, buscava esclarecer os inúmeros indícios de irregularidades praticadas pela administração da Companhia, mas também mostrar, do ponto de vista político, a força da Câmara em relação ao Paço.

Acontece que a CEI foi iniciada na Casa de Leis em um ambiente completamente adverso aos dias de hoje. O cenário era de revolta por parte, inclusive, de alguns membros da mesa diretora e de grande parte dos parlamentares da base. A Câmara não se sentia, naquele momento, contemplada pela administração de Rogério. Faltava voz e vez ao Parlamento, que respondeu. 

O cenário em que o relatório será entregue, portanto, é bem diferente daquele em que a CEI foi instalada. Vale destacar que, além da recente debandada do presidente da Câmara, Romário Policarpo, membros da CEI como Thialu Guiotti, Welton Lemos (Podemos) e Paulo Henrique da Farmácia (Agir) foram contemplados recentemente com novas indicações na prefeitura.

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