Nome de Zanin para o STF deve passar sem dificuldades no Senado

Declaração é sustentada por senador goiano. Cientista político avalia possível indicação do presidente Lula para a Corte

Postado em: 31-05-2023 às 08h03
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Nome de Zanin para o STF deve passar sem dificuldades no Senado
Declaração é sustentada por senador goiano. Cientista político avalia possível indicação do presidente Lula para a Corte | Foto: Antônio Cruz/ABr

Senadores já informaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o nome do advogado Cristiano Zanin Martins deve passar sem dificuldades para o Supremo Tribunal Federal (STF). A informação divulgada por alguns veículos de imprensa nacional foi confirmada ao Jornal O Hoje pelo senador goiano Jorge Kajuru (PSB).

Lula ainda não fez a indicação, mas tudo indica que o nome será, de fato, Zanin – ainda esta semana. Advogado do presidente na Lava Jato, o nome será para ocupar o cargo deixado por Ricardo Lewandowksi, que se aposentou em abril deste ano. Não é de hoje que ele é o favorito para ocupar o cargo. 

Mas ainda conforme noticiado, a sabatina no Senado deverá ser rápida. Não deve acontecer, novamente, o que houve com André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro (PL) que esperou quatro meses para ter o nome analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa Alta.

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Ao colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, um senador membro da CCJ afirmou que o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não conseguirá repetir o que fez com Mendonça. “A CCJ não é loteamento dele, não há mais clima para segurar uma sabatina por tanto tempo.”

Ao O Hoje, Kajuru afirmou: “Passa rindo. É um direito garantido do Lula. Depois que o Bolsonaro escolhei Nunes Marques…” O goiano é suplente na CCJ, assim como Vanderlan Cardoso (PSD). O jornal também o procurou para comentar, mas não teve retorno até o fechamento. 

Visão

Professor e cientista político, Marcos Marinho comentou o caso. “A indicação de qualquer ministro do STF é ponto de tensão. Em todos os governos. Sempre alguém irá dizer que é política, pensando em benefício próprio. E, sendo honesto, o presidente da ocasião sempre indicará alguém que tenha um mínimo de alinhamento.”

Segundo ele, isso não quer dizer que o ministro tem dono. “Quando assume a toga, há independência. Poder é poder”, avalia. “O Zanin, de fato, tem notório saber jurídico. Só ver o que ele conseguiu nos processos do Lula. Nesse sentido ele encaixa.”

Marinho argumenta que as reclamações ocorrerão e são naturais. “Como reclamaram dos indicados de Bolsonaro, André Mendonça e Nunes Marques. Como reclamaram de todos os outros. A função da oposição é essa. Mas como ser diferente?” Ele reforça que isso não quer dizer que o atual presidente terá o “mando de campo” no Supremo. 

Sobre o Senado tentar atrapalhar a indicação, ele diz que dependerá do alinhamento da Casa com Lula. “O que também faz parte do jogo. Mas como o presidente tem cedido, acho não deve demorar.”

Favorito

Zanin é favorito desde que Lula assumiu o governo. Em entrevista, o petista disse que  “todo mundo compreenderia que ele merecia ser indicado”. 

Durante a campanha, por outro lado, Lula disse que não gostaria de “amigo em nenhuma instituição”. “Não é prudente, não é democrático um presidente da República querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos. Eu acho que a Suprema Corte tem que ser escolhida por competência, por currículo, e não por amizade”.

A vaga de Lewandowksi não é a única que o ex-presidente Lula definirá no Supremo. Também neste ano, Rosa Weber completa 75 anos. Ela aniversaria em outubro.

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