Quinta-feira, 28 de março de 2024

Vilmar Rocha passa bastão para Vanderlan em reunião discreta no PSD

Há promessa de evento aberto ao público organizado pelo senador Vanderlan Cardoso, mas sem previsão de data

Postado em: 02-06-2023 às 07h34
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Vilmar Rocha passa bastão para Vanderlan em reunião discreta no PSD
Há promessa de evento aberto ao público organizado pelo senador Vanderlan Cardoso, mas sem previsão de data | Foto: Reprodução

De maneira discreta, Vilmar Rocha convidou membros do PSD, entre eles deputados, para participarem de uma reunião na sede do partido no início da noite desta quinta-feira (1) para passar o cargo de presidente do partido para o senador Vanderlan Cardoso. 

A reunião fechada foi na sede do partido, mas há previsão de um evento maior, sem data definida, que deve ser organizado pela equipe do novo presidente da sigla, que tem se destacado no Senado Federal depois de sair derrotado de três disputas – duas para o Governo (2010 e 2014) e uma à Prefeitura de Goiânia (2016). Já senador – foi eleito em 2018 – chegou ao segundo turno na disputa pelo Paço em 2020, mas perdeu para Maguito Vilela (MDB) e ao seu então vice, Rogério Cruz (Republicanos). 

Ex-deputado estadual e presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Francisco Júnior, afirmou para a reportagem do jornal O Hoje que o encontro trata-se de “um gesto simbólico”. “Ele, o Vilmar, nem precisava fazer isso, mas vamos aproveitar para discutir algumas coisas do partido”, explicou ele. 

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Um dos principais nomes da política goiana, Vilmar Rocha deixa o comando do partido em Goiás, mas permanece em cargo da executiva nacional, sob a gestão de Gilberto Kassab. 

Rocha, inclusive, completou 40 anos na vida pública e foi homenageado em um evento inédito na Assembleia Legislativa. A solenidade foi comandada pelo presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB) e contou com a presença do vice-governador, Daniel Vilela (MDB). 

Vilmar, que foi candidato ao Senado em 2022, participou de uma complicada negociação na pré-campanha para tentar consolidar o nome do ex-ministro Henrique Meirelles, pelo PSD, a disputar ao cargo. Depois de reuniões e encontros de Meirelles com personalidades em Goiânia, o banqueiro desistiu. 

O desafio, em seguida, seria encontrar outro nome. Presidente da Alego à época, Lissauer Vieira, seria o nome apropriado, mas acabou deixando de priorizar a disputa porque o governador Ronaldo Caiado decidiu abrir mão de escolher um candidato à vaga e adotar uma tríade de candidaturas avulsas: Vilmar pelo PSD; Alexandre Baldy, pelo PP; e Delegado Waldir Soares, pelo União Brasil. 

Consultado corriqueiramente por políticos de todos os entes federativos, Vilmar Rocha está a um passo do Palácio do Planalto, onde o presidente nacional de sua legenda, Gilberto Kassab, tem bom trânsito com o presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva. 

Como último ato à frente do PSD, Vilmar usou o poder de fala para cobrar Caiado sobre entregar um cargo à legenda que o ajudou no projeto de reeleição. Rocha não quis assumir nada, mas entregou uma lista tríplice ao governador, que escolheu o ex-deputado Francisco Júnior, que assumiu a Codego. 

Além de político atuante, foi deputado estadual e federal, Rocha começou a dar aulas de Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1973. Dez anos depois, em 1983, ele assumiu o primeiro mandato na Alego. 

Desde então, Vilmar Rocha percorreu ruas, gabinetes, palanques, e viu e viveu a história passando bem diante de seus olhos, sobretudo o auge do regime militar, crise econômica e a mobilização nacional pela retomada das eleições diretas. “O povo brasileiro pedia a volta da democracia. A eleição de 1982 foi a primeira para governador, que é quando eu também fui eleito. Tenho orgulho de ter participado da Frente Liberal, que formou uma dissidência do PFL e durante os anos de 1983, 1984 e 1985 ajudou a fazer  uma transição gradual para a democracia”, lembrou ele, na homenagem feita a ela na Alego. 

Na ocasião, Rocha ainda reconheceu que o Estado avançou. “Hoje, está muito melhor. Quem fez essa mudança foram os políticos. Nós, juntos com o povo, fizemos de Goiás um dos melhores estados do país”.

Ainda no discurso, Vilmar fez uma fala, pedindo que os deputados atuais honrem os mandatos. “Nos últimos 40 anos, existiram menos de 700 deputados estaduais. Espero que, quando completarem 40 anos de vida pública possam ter esse privilégio de contar com esse carinho, essa amizade que eu tenho hoje”.

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