Vanderlan dá sinal positivo para PSD na base do governo

O protagonismo político da semana foi, sem dúvidas, do Partido Social Democrático (PSD), principalmente entre quinta-feira e sexta, quando os eventos deram novos rumos à legenda. Depois de receber o cargo de presidente do partido de Vilmar Rocha, o senador Vanderlan Cardoso participou da posse do ex-deputado estadual Francisco Júnior na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). 

Rompido com Ronaldo Caiado, foi a primeira vez que Vanderlan, já como presidente da legenda, esteve em um palanque com o mandatário, de quem se afastou depois de Daniel Vilela, presidente do MDB, ter sido escolhido para compor a vice na chapa que levou o governador ao segundo mandato.  

A maior preocupação desde que Francisco Júnior ficou acertado como novo integrante do governo e com o Vanderlan à frente do partido, era como que a sigla iria se relacionar com o governo. Por enquanto, como disseram fontes do PSD, o partido majoritariamente vai ficar na base governista. 

“O acordo é que provavelmente o partido, sob a decisão do senador, vá para outra direção no decorrer de conversas para disputas eleitorais do ano que vem”, disse um integrante da nova executiva estadual. 

“O apoio de deputados permanece com toda certeza”, assinala outro nome forte do PSD que, otimista, acredita que haverá um acerto entre Caiado e Vanderlan em prol de Goiás. “O problema é que o senador pode ter em mente viabilizar-se como candidato ao governo, sendo oposição de Daniel”. 

Um assunto recorrentemente discutido com entusiasmo no evento da posse de Francisco Júnior era a construção de um novo polo industrial em Aparecida. A pauta foi destaque na fala de Daniel Vilela. 

Embora as fontes ouvidas pela reportagem negam, havia um clima estranho entre Vanderlan e Caiado. O motivo: A ida do atual prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, para o União Brasil do governador. Pellozo deixou o PSD no dia seguinte à posse de Vanderlan no partido. 

A pergunta que fica, por enquanto, sem resposta, é: o que vai ser de Vanilda Cardosa, secretária de Assuntos Comunitários, irmã de Vanderlan Cardoso, na gestão de Pellozo? 

Depois da cerimônia de posse de Francisco Júnior, Vanderlan disse que foi pego de surpresa com a notícia de que Pellozo havia desembarcado do PSD e ido para o guarda-chuva do partido presidido pelo governador goiano. 

Fontes do partido, contudo, não se surpreenderam com a saída do prefeito canedense. Na eleição ao governo, Pellozo, que apoiou Caiado, foi na contramão de Vanderlan, que declarou apoio ao ex-deputado federal Major Vitor Hugo, do PL.

No final de fevereiro, Pellozo, ainda, se encontrou com o governador no Palácio das Esmeraldas e saiu entusiasmado com promessas de obras e mutirão na cidade da região metropolitana. 

“Já contamos com grandes projetos em parceria com o Estado, como: programa Mães de Goiás, Pra Ter Onde Morar, Construindo Campeões, melhorias na mobilidade pública e muito mais. Agora, vamos contar com mais um apoio na infraestrutura com o anúncio desse processo de construção do novo viaduto. São ações como essa que mostram a força de um governo que trabalha junto do povo”, disse o prefeito, na ocasião. 

Ao mesmo tempo em que considera que o partido não se encontra na base governista, Vanderlan deixou brecha para conversas com Caiado para a chamada “contribuição”. “Ainda é uma incógnita. O que foi feito até aqui é respeito ao Vilmar Rocha, aos esforços dele na campanha que reelegeu Caiado, que cumpriu o trato de indicar um nome do partido. O senador tem coerência e vai respeitar isso pelo menos até as conversas eleitorais do ano que vem”, disse uma liderança do partido.