Por que Anápolis é interessante para o MDB de Daniel Vilela

Sem eleger prefeito desde 1985, partido deve fortalecer candidatura emedebista para fortalecer Daniel paa 2026

Postado em: 05-06-2023 às 07h37
Por: Yago Sales
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Sem eleger prefeito desde 1985, partido deve fortalecer candidatura emedebista para fortalecer Daniel paa 2026 | Foto: Divulgação

A um ano e três meses das eleições municipais, os partidos mobilizam bases e ajustam executivas estaduais e municipais para viabilizar candidaturas. Qualquer cidade é importante para as legendas, mas, algumas, com poderio econômico, são ainda mais atraentes. 

E Anápolis é uma delas. A uma hora de carro de Goiânia o município tem quase 450 mil habitantes, 287 mil eleitores, e um filão para o empresariado: é o maior polo do setor em Goiás. Berço de diversas personalidades da política, atualmente é gerido por Roberto Naves. Como está no segundo mandato, ele, que é do PP de Alexandre Baldy, tem a missão de viabilizar um nome para sucedê-lo. 

Sabe-se que a cidade tem alguns player políticos, que já ocuparam o posto de prefeito e outros que bateram na trave na última eleição municipal: é o caso do emedebista e fiel escudeiro na cidade de Daniel Vilela, presidente da legenda, Márcio Corrêa, que presidente o MDB em Anápolis

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Márcio ficou em terceiro lugar na disputa de 2020 com mais de 30 mil votos. A metade do que alcançou o segundo lugar, o ex-prefeito petista Antônio Gomide. 

O desafio do MDB na cidade é grande. A última vez que elegeu um prefeito foi em 1985. Ademar Santillo, irmão do ex-governador Henrique Santillo, não ficou muito tempo na legenda – e foi para o PSD. Entre 1964 e 1985, o MDB teve sete prefeitos em Anápolis, entre eleitos e interventores – quando o governador nomeava um nome de sua confiança para o cargo. 

Um dos emedebistas simplesmente foi cassado pelo Regime Militar, dando espaço para o Arena, partido dos militares. Foi o caso de José Batista Júnior, que assumiu o cargo em janeiro de 1973 e foi expulso pela ditadura em agosto do mesmo ano. Escolhido pelos militares, assumiu o seu lugar Irapuan da Costa Júnior, do Arena, indicado pelo governador Leonino Di Ramos Caiado. 

Neste pleito, no entanto, há uma discussão nas bases tanto de Márcio Corrêa quanto de Roberto Naves. Embora eles tenham de alguma forma estado juntos para a governabilidade do pepista, ultimamente eles têm se distendido. 

O problema é: a não ser o deputado estadual Antônio Gomide, os partidos de Márcio e de Roberto estão umbilicalmente ligados na base governista. Com isso, sem um consenso, fortalece Antônio Gomide, que satisfez, segundo pesquisas, o anapolino quando passou pela prefeitura da cidade. 

E, com o cenário de Lula da Silva bem avaliado até outubro do ano que vem, perde o MDB de Daniel e vence Gomide. Mas Daniel não deve cruzar os braços. 

Existe a chance de, claro, Márcio Corrêa se tornar o nome da sucessão de Roberto e de seu grupo. Por um acordo levado a sério, por uma questão de estratégia emedebista, com os dois olhos na disputa ao governo em 2026 por Daniel. 

Essa parceria, evidentemente, vai depender dos reais interesses do presidente estadual do PP, Alexandre Baldy, que, atual presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), se colocará à disposição para disputar a prefeitura anapolina. 

A resposta à pergunta do título deste texto é, ou depende, de conversas conciliadoras de Daniel e, quiçá, do próprio governador, para tentar controlar os ânimos entre Naves e Corrêa. 

Outra questão: a viabilidade de Corrêa, que deverá aparecer em pesquisas e encontrar, nos dados, uma viabilidade. Afinal, diz um emedebista, a cidade é um dos trunfos eleitorais de Daniel. E, bancar uma candidatura para o ano que vem, que também deverá juntar partidos, significará a solidez política, de novo, com olhos para 2026.

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