Bruno pode continuar na Alego em nome da “governabilidade”
Enquanto constrói viabilidade para disputar Paço, Bruno Peixoto pode ser convencido por Caiado a permanecer na cadeira de presidente da Alego
Por: Yago Sales
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A governabilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pode ser o principal entrave para que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), dispute o Paço ano que vem. Com uma ascensão político-eleitoral invejável, Peixoto conseguiu trazer alívio e convergência para Caiado, cuja relação com a Alego não causa transtorno ao morador da Casa Verde. Nem para projetos de aliados nem da primeira-dama, Gracinha Caiado – que, já aparece no horizonte, pode disputar ao Senado caso Caiado consiga viabilizar-se para uma disputa ao Planalto.
Além do mais, Caiado tem a predileção, ao lado do vice-governador, Daniel Vilela, de apoiar Ana Paula Rezende a concorrer à prefeitura em outubro de 2024. Caiado quer, com o gesto, homenagear Iris Rezende e Dona Iris, pais de Ana Paula. Daniel, ao que parece, quer uma revanche contra o atual prefeito, Rogério Cruz (Republicanos), que, com um grupo do partido, escanteou emedebistas que assumiram pastas no início da gestão, como seria comumente após a morte do prefeito eleito, Maguito Vilela – pai de Daniel.
Por enquanto, Bruno tem sondado aliados, ficando à porta e tentando compreender qual discurso deverá adotar daqui para frente quando, na política pré-eleitoral, partidos se movimentam, se encontram – às vezes aos ouvidos e em salas trancadas – para entender qual passo dar rumo à vitória do próximo pleito.
E tem muita coisa no jogo. O risco que Bruno corre ao insistir em lançar-se, por agora, como o nome da disputa, é criar um clima minimamente estranho dentro do MDB. Afinal, é uma prioridade o partido tentar reaver a cadeira de prefeito da Capital. E não sairia bem na foto um candidato do Caiado – ou do seu partido – contra um candidato do MDB de Daniel Vilela, eventual sucessor do atual governador no próximo mandato, a partir de 2027.
Bruno não tem do que reclamar. Desde outubro do ano passado, só teve motivos para comemorar. Foi o deputado estadual mais bem votado da história do parlamento goiano para o quarto mandato: 73.692 votos. E pelo União Brasil de Ronaldo Caiado.
Depois, por unanimidade, ganhando respeito na Casa, foi eleito presidente. Ou seja, se tornou o segundo homem mais importante do poder em Goiás. Ele sabe, mas não foi fácil ganhar “ganhando”. Inspirado por Iris Rezende, chegou à política em uma disputa à Câmara Municipal em 2004 pelo PTdoB. Foi reeleito pelo MDB em 2006.
Na metade do mandato na Câmara, Peixoto foi eleito deputado estadual com 35.424 votos. E em 2014 (37.826 mil votos) e em 2018 (34.655 mil votos). Em 2022 teve quase o dobro de votos na eleição anterior.
Considerado hábil, carismático e leal, Bruno, então no MDB, foi líder do Caiado na Casa Legislativa. Com um bom trânsito no Palácio Pedro Ludovico, Bruno conseguiu atrair para si também o staff político do governador.
Com a morte de lideranças do MDB (de Iris, Dona Iris e Maguito), Peixoto é visto como não um substituto de qualquer um dos políticos, mas a continuidade do legado que, sobretudo o trio, construiu ao longo de décadas pelos cargos que passaram: Iris e Maguito foram prefeito e governador. Dona Iris foi deputada federal e já concorreu, como vice, à Presidência da República. E, pelo visto, o governador enxerga – e muito – essa tendência de Bruno Peixoto dar continuidade a esse legado político. Por enquanto, não para um salto para uma disputa ano que vem. Não por enquanto.