Por que Rogério Cruz resiste em contemplar MDB

Integrante da bancada falou, em off, sobre o imbróglio. Segundo ele, as dificuldades de composição têm relação não apenas com o passado, mas também com o futuro

Postado em: 13-06-2023 às 08h00
Por: Felipe Cardoso
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Integrante da bancada falou, em off, sobre o imbróglio. Segundo ele, as dificuldades de composição têm relação não apenas com o passado | Foto: Reprodução

Os membros da bancada do MDB na Câmara Municipal de Goiânia continuam empenhados em conquistar um espaço significativo na gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Diferentes rumores, no entanto, já são ventilados em relação ao ‘pendente acerto’ entre Legislativo e Executivo. 

Em entrevista ao jornal O HOJE, um integrante da bancada falou, em off, sobre o imbróglio. Segundo ele, as dificuldades de composição têm relação não apenas com o passado, mas também com o futuro. 

Acontece que logo que assumiu o comando da prefeitura, em decorrência da morte do prefeito eleito, Maguito Vilela (MDB), Rogério teve dificuldades de alinhamento com o MDB, de Daniel Vilela (MDB).  

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À época, apesar de contemplado em posições estratégicas no Paço, o partido queria mais protagonismo na administração. O mais novo gestor, porém, não se mostrou tão aberto quanto as lideranças – em especial, Daniel, filho de Maguito – gostariam. Em outras palavras, Cruz deu um ‘chega pra lá’ ao sentar na cadeira e mostrou que daquele momento em diante era ele o prefeito da cidade.

Não foi preciso muito para que integrantes do MDB assinassem, dias depois, uma carta de renúncia coletiva. A situação ampliou a cisão já existente entre o líder emedebista e o novo prefeito. 

Como se não bastasse tudo isso, dois anos depois Daniel Vilela deu a volta por cima e saiu da posição de mero presidente da sigla para vice-governador do estado. Fontes consultadas pela reportagem, inclusive, não titubeiam ao apostar que Daniel será a pedra no sapato de Rogério, que luta com unhas e dentes pela atenção e apoio do governador Ronaldo Caiado (UB) no ano que vem.

Desde o rompimento, o MDB nunca esteve ao lado de Rogério. E não deve estar em 2024. O próprio presidente, assim como as demais caciques, afirmam abertamente que a sigla terá candidatura própria em 2024.

O nome, claro, fará oposição à gestão Cruz. “Além dos problemas que o Rogério teve com o MDB no início do seu mandato, pesa o fato do partido buscar consolidar um nome de oposição para o ano que vem”, relatou um emedebista. 

Segundo um interlocutor, ainda que a bancada dos emedebistas seja a maior na Câmara Municipal e, consequentemente, contribua significativamente com a governabilidade do gestor, “não faz sentido” contemplar em posição de destaque uma sigla que não apoiará seu projeto em 2024. 

Nome

A aposta do MDB recai, principalmente, sobre o nome de Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito e ex-governador de Goiás, Iris Rezende (MDB). Integrantes do núcleo duro da sigla apostam que a política, apesar da resistência, tem total condição de desequilibrar o jogo e, principalmente, de terminar vitoriosa. 

A base emedebista assegura que Ana Paula reúne as melhores características que podem levá-la ao Paço. Ela, como citado, além de ter sido braço direito de Iris Rezende por anos, é filiada ao partido do pai. 

Nesse contexto, a política tem também o apoio de uma importante fatia do eleitorado da mãe, a ex-deputada federal Iris de Araújo. Um outro fator de destaque passa pelo apoio do governador Ronaldo Caiado. Há quem diga, inclusive, que esse é um assunto já acertado. “Se Ana Paula for candidata, terá apoio automático do governador. Isso já está pacificado”, disse um integrante do partido à reportagem. 

Um outro fator destacado por emedistas, é que Ana Paula não possui nenhum desafeto no meio político. Diferentemente de outros nomes que por alianças e desentendimentos do passado possuem certas limitações, Ana Paula está 100% livre de qualquer amarra.

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