Dirigente do MBL goiano confirma interesse do movimento em virar partido

“Estamos otimistas, temos uma base de militância de mais de 4 mil pessoas no Estado”, diz Marco Berquó, coordenador do movimento em Goiás

Postado em: 13-06-2023 às 08h07
Por: Francisco Costa
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“Estamos otimistas, temos uma base de militância de mais de 4 mil pessoas no Estado”, diz Marco Berquó, coordenador do movimento em Goiás| Foto: Arquivo/ABr

O Movimento Brasil Livre (MBL) começa a trabalhar, ainda este ano, para criar um partido político próprio. Marco Berquó, coordenador do MBL Goiás informa que o grupo já trabalha para definir a melhor estratégia possível para a criação, “seguindo as diretrizes que foram determinadas ou adotadas pelo MBL nacional”. 

Segundo ele, contudo, no Estado ainda não há definição para o tempo de coleta e o término. “É fato que trabalhamos na coleta e alguns Estados já definiram o prazo para o início da coleta das assinaturas. Goiás, logo mais, também iniciará o processo. Estamos otimista, temos uma base de militância de mais de 4 mil pessoas no Estado”, revela.

Destaca-se, representantes do movimento utilizam grupos de aplicativos de troca de mensagens, como o WhatsApp, para realizar chamados e atrair voluntários para a coleta. Em São Paulo, inclusive, já há uma data prevista para o início. 

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“Você tem uma missão a cumprir! Chegou a hora de realizarmos a construção do NOSSO partido, o Partido do MBL, para não dependermos mais de velhos caciques partidários para eleger nossos representantes”, diz o texto enviado pelos grupos.

Berquó fala da estratégia. “Acreditamos que com o trabalho voluntário, sem uso de dinheiro público, nós vamos conseguir oficializar o partido do MBL, coletando as assinaturas em todos os Estados que forem necessários”, diz e reforça: “Devemos iniciar ainda este ano, como em outros Estados.”

Legendas que abrigam

Pela ausência de partido, membros do movimento se aproximaram de algumas siglas para ocupar cargos públicos. O maior expoente do grupo, Kim Kataguiri é deputado federal pelo União Brasil. Outros partidos são o Podemos e o Patriota, mas houve desgaste.

Ex-deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val deixou o Podemos em março de 2022 por causa de uma expulsão iminente. Posteriormente, ele foi cassado por causa de falas sexistas relacionadas a refugiadas ucranianas. À época, ele disse que vítimas da guerra eram “fáceis, pois pobres”.

Ele viajou com Renan Santos, outro membro da direção do MBL, para a Ucrânia, quando houve a fala polêmica. Dentro do movimento, eles seguem e forte e aparecem, inclusive, junto com Kim na divulgação dos pedidos de coleta de assinatura.

Criação de partido

Para criar um partido, existe uma série de exigências. Segundo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), primeiro 101 eleitores precisam fazer o programa e estatuto da legenda. Eles precisam estar distribuídos em, pelo menos, nove entes da federação.

Depois, é preciso apresentar ao cartório de registro civil um requerimento das pessoas jurídics. O programa e estatuto da legenda, então, deverá ser publicado no Diário Oficial da União. A partir deste momento, o grupo tem 100 dias para dar a chamada “notícia de criação” ao TSE. Aí, eles precisam do apoio de eleitores sem filiação em outros partidos. 

O mínimo é de 0,5% dos votos válidos do último pleito para a Câmara dos Deputados. E estes ainda devem estar distribuídos em um terço dos entes (nove estados ou oito e o DF), representando, pelo menos, 0,1% do eleitorado de cada uma dessas unidades. Por fim, é preciso começar o registro de partido político nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e, por último, no TSE.

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