Desmatamento zero depende de pacto político e regularização de terras, diz secretário

Em meio a pressões por parte do Congresso, Marina se encontrou com Lula para reafirmar o compromisso de sua gestão com a agenda ambiental

Postado em: 18-06-2023 às 15h57
Por: Mariana Fernandes
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Marina se encontrou com Lula para reafirmar o compromisso de sua gestão com a agenda ambiental | Foto: Divulgação

Lançado no dia 5 de junho pelo presidente Lula e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o novo programa de combate ao desmatamento da Amazônia (PPCDAm) tem o objetivo de ser coordenado por vários órgãos e pastas, e diante de cenários mais complexos para poder chegar ao desmatamento zero até 2030.

A pasta criada por Marina quando ela assumiu o ministério ganhou o adjetivo “extraordinária”, pela própria ministra, como um lembrete da meta de tentar resolver o problema ao fim desta década.  “A secretaria será extraordinária porque quando alcançarmos a meta, quando chegarmos ao desmatamento zero, não precisa mais ter a secretaria. Então esse secretário sabe que a taxa de sucesso dele será medida no dia que o presidente Lula extinguir a Secretaria Extraordinária de Combate ao Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário. E todos nós vamos trabalhar para que ele perca esse emprego”, brincou Marina no dia de sua posse, no começo de janeiro.

Passados cinco meses, o plano foi enfim lançado no dia 5 deste mês, com os caminhos para se chegar a esse resultado. Em meio a pressões por parte do Congresso, Marina se encontrou com Lula para reafirmar o compromisso de sua gestão com a agenda ambiental. 

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Advogado ambientalista André Lima, em entrevista à Agência Pública, explicou como o governo espera cumprir o prometido. Para ele, o embarque de Lula na questão deve facilitar a coordenação. “O presidente da República está repetidas vezes falando da meta de desmatamento zero. Isso nunca aconteceu e traz um senso de que é uma ordem dada pelo presidente da República.”

Uma das estratégias de ação, explica, vai ser buscar pactos políticos com estados e municípios. Trabalhando, por exemplo, pela regularização fundiária nos municípios mais críticos de desmatamento, mediante esforços locais para combater o problema. 

Ele aponta ainda a necessidade de entender onde o desmatamento pode estar ocorrendo de modo legal, como suspeita-se que esteja acontecendo no Mato Grosso – estado que está liderando os alertas de desmatamento nos primeiros cinco meses do ano. Isso é importante para definir outras estratégias de controle, assim como ações para oferecer alternativas econômicas de modo a manter a floresta em pé.

Lima também destaca que o novo PPCDAm prevê ações não só de combate ao problema em curso, mas também de predição de onde ele vai ocorrer, por meio da análise da degradação florestal.

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