Na liderança há quase seis meses, Cambão ainda não passou por ‘prova de fogo’

Líder do governo na Alego, Wilde Cambão vê trabalhos “dentro da normalidade” nesses primeiros meses

Postado em: 20-06-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Líder do governo na Alego, Wilde Cambão vê trabalhos “dentro da normalidade” nesses primeiros meses. | Foto: Hellenn Reis

Com quase seis meses como líder do governo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Wilde Cambão (PSD) atua com tranquilidade em um parlamento quase pacificado, com pouca resistência. Questionado, como foi o período, ele diz que “os trabalhos estão dentro da normalidade”.

O parlamentar foi escolhido por Ronaldo Caiado (União Brasil) em fevereiro e chegou a surpreender. Não por não ser qualificado, mas porque muitos nomes se movimentavam mais, como o do deputado Talles Barreto (União Brasil), que acabou na vice-liderança. 

De fato, Caiado optou pelo perfil diplomático e mais discreto de Cambão. À época presidente estadual do PSD, Vilmar Rocha diz ter sido “uma boa escolha” de Caiado. “Cambão sempre defendeu as matérias do governo na Alego, incluindo as mais polêmicas.”

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Ainda segundo Rocha, “Wilde manteve-se leal ao governo desde 2019 e sempre procurou ajudar. Além disso, representa uma das regiões mais promissoras e importantes de Goiás que é o Entorno de Brasília”.

Sem dificuldades

Entre os 41 deputados, são, de fato, oposição apenas os três parlamentares do PT, os quatro PL e os dois PSDB. Além disso, poucas matérias polêmicas tramitaram na Casa de Leis de Goiás. Nenhuma delas, claro, teve dificuldades de passar.

Talvez a principal delas tenha sido o projeto de lei, assinado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), que altera a natureza jurídica do Ipasgo. O assunto dividiu opiniões durante tramitação no Parlamento. Enquanto uma ala dos deputados defendia a alteração jurídica com base nas orientações do Tribunal de Contas do Estado (TCE), outra parcela chamava a mudança de “privatização” e diziam que a alteração afetaria drasticamente o futuro do instituto e seus servidores.

Líder da oposição, o deputado estadual Antônio Gomide (PT) votou, à época, contra o projeto. Durante a tramitação do texto na Casa de Leis, o petista chegou a apresentar um voto em separado contestando a mudança. No entanto, a iniciativa foi derrubada pela base governista, que forma ampla maioria no Legislativo. Os colegas de partido, Mauro Rubem (PT) e Bia de Lima (PT), também tentaram alterar o texto original, porém, sem sucesso. 

A oposição aglutinou apenas oito votos e terminou superada por outros 27 que levaram o texto à aprovação. Além dos três deputados citados, votaram contra o projeto outros cinco: Paulo Cezar (PL), Delegado Eduardo Prado (PL), Major Araújo (PL), Gustavo Sebba (PSDB) e José Machado (PSDB). 

Diferente

Na gestão anterior, quando o presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil), era o líder, mais polêmica circulava pela Casa. Em 2022, é possível citar a taxa do agro, já no finalzinho da legislatura, e muitos outros. 

Esta, foi proposta para compensar as perdas de arrecadação com o ICMS dos combustíveis, mas gerou muita insatisfação dos produtores rurais e protestos na Casa. Houve, ainda, um texto para aumentar o salário dos deputados estaduais e outras autoridades, também no ano passado.

Ainda em 2019, a Casa também enfrentou temas polêmicos com longos debates, como a alteração do Estatuto do Servidor Público Civil do Estado de Goiás. A matéria, que diz respeito ao regime jurídico da administração pública do Estado de Goiás, “tendo em vista os princípios que norteiam as reformas da Previdência em nível federal e estadual, bem como a situação de extrema vulnerabilidade fiscal vigente”, foi aprovada com votos contrários de deputados da oposição e da base aliada.

Entre as mudanças, foram extintos quinquênios, auxílio saúde e licença-prêmio. Na mesma época, foi votado e aprovado com muita polêmica o Estatuto do Magistério Público Estadual da Educação Básica e da Educação Profissional. Estas, claro, foram apenas algumas matérias polêmicas.

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