De volta à Câmara, Cruz deve prestar contas em cenário pacificado

Parlamentar avalia que processo que reaproximação entre Poderes é assunto superado e prestação das contas do primeiro quadrimestre de 2023 tende a ser “tranquila”

Postado em: 20-06-2023 às 08h00
Por: Felipe Cardoso
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Parlamentar avalia que processo que reaproximação entre Poderes é assunto superado e prestação das contas do primeiro quadrimestre de 2023 tende a ser “tranquila”. | Foto: Reprodução

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) deve voltar à Câmara Municipal para nova prestação de contas ainda esse mês. O gestor foi convocado pelo presidente da Comissão Mista da Casa de Leis, Cabo Senna (Patriota), para participar de uma nova audiência pública onde deverá detalhar os números do primeiro quadrimestre do ano de 2023. A audiência, segundo o documento despachado ao Paço, será realizada em 30 de junho no plenário do Legislativo. 

“Nesta audiência pública, o Poder Executivo apresentará dados relativos ao relatório de gestão fiscal quando será avaliado a situação econômica financeira do município, o cumprimento regular da receita, os custos de manutenção da administração pública municipal (educação e saúde), especificados por natureza de despesa realizada, bem como os valores disponíveis para investimentos e geração de despesas”, diz um trecho do documento enviado ao gabinete de Cruz. 

Em um passado não muito distante, o prefeito esteve no Parlamento para apresentação dos números referentes ao terceiro quadrimestre de 2022. A prestação ocorreu, como de costume, em audiência pública, precisamente no último dia 2 de maio. 

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Nos bastidores, o comentário é que dessa vez a prestação de contas tende a ser ainda mais tranquila que a última. “Quando esteve na Câmara pela última vez, a Casa passava por um processo de reaproximação com o prefeito. A diferença é que, agora, essa aproximação já se consolidou, ou seja, não se trata mais de algo em construção. A relação entre os Poderes hoje é pacífica”, disse, em off, um integrante da base do prefeito.

A relação foi distensionada a partir do momento em que Cruz optou por abrir espaço para os vereadores no Paço. De lá para cá, o número de integrantes da base só aumentou. Hoje, estima-se que o prefeito conte com 30 dos 35 vereadores em sua rede de apoio. Sem contar que três, dos cinco restantes, se posicionam como vereadores independentes. Com isso, apenas dois nomes preenchem a estreita oposição ao prefeito: Aava Santiago (PSDB) e Kátia Maria (PT). 

O comentário é de que o prefeito tende a retornar à Câmara de maneira “bem confortável”. “Deve, como da última vez, ouvir mais elogios do que críticas. Muitos devem parabenizá-lo, cumprimentá-lo pelo trabalho, pela sensibilidade em atender as demandas de cada uma das regiões. Enfim, o de sempre. Aquilo que você já conhece”, completou o parlamentar consultado pela reportagem. 

Assunto delicado

Apesar de ter atendido parte das demandas dos vereadores, ainda paira no ar algumas queixas no que diz respeito à indicação de secretários para cargos específicos do alto escalão. A insatisfação mais perceptível vem da bancada do MDB, maior da Câmara com seis componentes. 

Conforme mostrado pelo O HOJE, os membros da bancada continuam empenhados em conquistar um espaço significativo na gestão. Diferentes rumores, no entanto, já são ventilados em relação ao ‘pendente acerto’ entre Legislativo e Executivo. 

Em entrevista ao jornal O HOJE, um integrante da bancada falou, em off, sobre o imbróglio. Segundo ele, as dificuldades de composição têm relação não apenas com o passado, mas também com o futuro. 

Acontece que logo que assumiu o comando da prefeitura, em decorrência da morte do prefeito eleito, Maguito Vilela (MDB), Rogério teve dificuldades de alinhamento com o MDB, de Daniel Vilela (MDB). O partido terminou desembarcando por completo da administração depois de incontáveis desencontros. 

Desde o rompimento, o alto escalão do MDB nunca esteve ao lado de Rogério. E não deve estar em 2024. O próprio presidente, assim como as demais caciques, afirmam abertamente que a sigla terá candidatura própria em 2024. O nome, claro, fará oposição à gestão Cruz. A leitura é que isso dificulta o processo de composição do prefeito com a bancada goianiense.

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