Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Demanda triplica com queda de preços de veículos e promessa pode durar menos de um mês

Recursos solicitados pelos montadores que aderiram o programa já somam R$ 300 milhões, o que representa 60% do teto disponível

Postado em: 21-06-2023 às 09h58
Por: Mariana Fernandes
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Com decreto, governo derruba preços de veículos novos, mas medida valerá até o pacote atingir limite de R$ 500 milhões | Foto: Agência Brasil

Os ministros Geraldo Alckmin e Fernando Haddad – do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda, anunciaram no Palácio do Planalto, no último dia 6 de junho, o início do programa temporário de redução de preço dos automóveis e de incentivo à renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso. Nos dois casos, ambos terão descontos direto ao consumidor.

O programa foi desenhado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Ministério da Fazenda, que o estruturou do ponto de vista fiscal. Ao total, serão destinados R$ 1,5 bilhão para as duas frentes, sendo R$ 500 milhões para os automóveis de passeio e R$ 1 bilhões para a troca de ônibus e caminhões.

A previsão é de que o programa aqueça a economia produtiva do setor, que gera 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos, além de contribui para colocar em circulação carros, ônibus e caminhões menos poluentes.  Porém, o programa tem previsão de acabar quando os recursos disponíveis se esgotarem (R$ 1,5 bilhão) e previsão é de que dure menos de um mês.

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Os recursos solicitados pelos montadores que aderiram o programa lançado pelo governo Lula (PT) já somam R$ 300 milhões, o que representa 60% do teto disponível. O balanço com os dados atualizados deverá ser divulgado ainda esta semana pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Com estimativa de durar cinco meses, o governo, no entanto, prevê que a medida possa ser encerrada com apenas um mês, por atingir o teto estimulado, de R$ 500 milhões. Últimos dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (16), pelo ministério apontavam que os recursos somavam R$ 170 milhões.

A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), explica que a procura por veículos triplicou nos últimos sete dias, o que também pode explicar o pequena prazo. “Se fizermos uma conta simples e dividirmos R$ 500 milhões – que é o teto para automóveis – por R$ 8000 que é o desconto sugerido pelo governo, teremos 62.500 carros beneficiados. Porém, a expectativa era de R$ 50 a 70 mil a mais com os descontos do carro populares”, aponta especialista.

Durante live realizada nesta terça-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também declarou que o programa do governo federal que visa baratear o preço dos carros pode não durar muito. “Então veja, reduzimos um pouco o preço dos carros. Você viu, eu estava vendo uma notícia hoje que, já vai durar um mês e vai acabar o programa”, declarou o presidente.

Segundo o mandatário, a redução nos preços integra outras iniciativas do governo para fazer com que os brasileiros voltem a comprar mais veículos. “Nós fizemos uma redução nos carros. O povo não tem dinheiro, não podia comprar. Estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros que devem, queremos ajudar essa gente. Por isso que estamos criando o Desenrola, prometemos encontrar um jeito de trazer as pessoas de novo para o consumo”, explicou. Em live, presidente também mencionou projetos similares destinados ao consumo de produtos agrícolas, o que deve ser divulgado ainda este ano.

Sobre a compra

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, especifica que em relação aos automóveis, os primeiros 15 dias serão destinados a clientes na modalidade “pessoas física”. A intenção, segundo esclareceu o ministro é impedir nesse período, as vendas sejam na modalidade direta, voltada a locadores e frotistas. Segundo o ele, a expectativa é de que mais de 30 milhões de pessoas sejam beneficiadas com o pacote Geraldo Alckmin, o que na prática, segundo o presidente, não deve acontecer.

Entre os pré-requisitos para a aplicação dos descontos estão: eficiência energética, densidade industrial e preço dentro do limite definido no decreto. Para fazer o plano funcionar, o governo precisou dar uma alternativa para cobrir os recursos. Dessa forma, a decisão foi antecipar a reoneração do ICMS no diesel, que terá um reajuste de R$ 0,11 por litro nos próximos meses – dentro do prazo de 90 dias do anúncio até a cobrança.

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