Na Alego, Gaviolli participa de reunião a portas fechadas com deputados

A secretária de Educação do governo Caiado, Fátima Gaviolli, esteve na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na tarde da última quarta-feira (21/6). A titular se reuniu com diversos deputados na sala da presidência, dentre eles a presidente da Comissão de Educação, Bia de Lima (PT), o vice, Coronel Adailton (Solidariedade) e um dos principais entusiastas do projeto que garante o retorno da Educação Moral e Cívica nas escolas goianas, Fred Rodrigues (DC). 

O encontro foi a portas fechadas. Além da secretária e dos deputados, apenas servidores da Educação puderam acompanhar a discussão que contou, também, com a presença do presidente do Conselho Estadual de Educação, Flávio de Castro. Nos bastidores, a reunião era vista como a mais importante agenda do dia, tanto que o início da sessão plenária em horário regimental foi prejudicado em função do encontro. Além disso, também foi ventilado que o encontro tinha como pano de fundo o polêmico projeto.

Antes mesmo do encerramento da longa discussão, a deputada petista Bia de Lima adiantou o teor da conversa. “Tenho dito insistentemente que temos diretrizes nacionais curriculares. E mais: que precisamos saber o que elas trazem. É importante que eles [os deputados] ouçam os técnicos. Eles saberão dar as coordenadas. Às vezes os deputados até têm uma boa intenção, mas não compreendem o campo educacional”, disse. 

A proposta em questão foi apresentada pelo ex-deputado Paulo Trabalho (PL). A matéria ganhou repercussão depois de aprovada em primeira fase de discussão e votação na segunda-feira (12). Desde então, porém, diversas discussões sobre a constitucionalidade do texto foram iniciadas. 

“Estamos trabalhando com todos os segmentos da Educação. A intenção é discutir as pautas sobre as disciplinas e as demais sugestões que os deputados oferecem para a Educação com o propósito de construir. Não é com o propósito de puxar para lá ou para cá. É para que possamos ter uma educação melhor em Goiás. Agora, lógico, existem nos órgãos normatizadores, que são, por  exemplo, a Secretaria e Conselho Estadual de Educação, diretrizes. Temos feito essa discussão nos últimos dias no que diz respeito a disciplinas de outrora, com isso vai se dar agora”, explicou a presidente da Comissão. 

Por esse motivo, inclusive, ela, como presidente da Comissão de Educação, juntamente com o vice, convidou a secretária para que comparecesse ao Legislativo e conversasse com os deputados. “O que queremos é justamente dar oportunidade para que os deputados possam conhecer o papel normatizador, executor desses segmentos”, pontuou. 

Dois dias depois do início da polêmica, vale lembrar, o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, protocolou na Casa um projeto de resolução que prevê o arquivamento de matérias oriundas de deputados estaduais não reeleitos. A iniciativa de Trabalho também foi retirada de pauta. 

Mais tarde, os deputados Fred Rodrigues (DC), Amauri Ribeiro (UB) e Issy Quinan (MDB) decidiram reapresentar, com algumas adequações, a iniciativa do ex-deputado. 

O novo texto tem, assim como o anterior, o objetivo de preservar, fortalecer e projetar “valores éticos da nacionalidade”, além de valorizar a “Pátria e seus símbolos, tradições e instituições”, aprimorar o caráter com “apoio na moral e na dedicação à família e à comunidade” e outros. 

A iniciativa também chama atenção para a necessidade de “compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sociopolítica e econômica do País”, além do “preparo do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na moral e no patriotismo, visando o bem comum”. 

Após o término da reunião de ontem, o Legislativo divulgou a informação que a titular da Seduc esteve na Casa para “apresentar aos parlamentares goianos a Matriz Curricular da rede estadual de ensino e as ações desenvolvidas pela pasta em todo o estado”.