Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Os planos do MDB para Márcio Correa em Anápolis 

Aliado de Daniel Vilela, Correa tem a seu favor manutenção de votos que obteve em 2020 em 2022 na disputa à Câmara Federal

Postado em: 24-06-2023 às 09h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Os planos do MDB para Márcio Correa em Anápolis 
Os planos do MDB para Márcio Correa em Anápolis  | Foto: Reprodução

O tabuleiro político em Anápolis parece estar se movimentando à medida que o pleito municipal, em outubro do ano que vem, vai se aproximando. É comumente que atores políticos, como peças de xadrez, vão agindo para dar o tão esperado xeque-mate e, viabilizado, enfrentar as urnas. 

É sabido que o prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), tem uma missão: fazer o sucessor. Bem avaliado, amado e detestado – muitas vezes à boca miúda -, Naves deve transferir uma boa quantidade de votos para quem o partido escolher para sucedê-lo nas eleições de 2024. Afinal, Naves conseguiu mostrar força político-eleitoral com a vitória de sua esposa, Vivian Naves (PP), eleita para uma das 41 cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Ela obteve 38.534 votos ano passado. 

De qualquer forma, um nome recorrente para a sucessão é a do presidente do PP estadual e atual presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Alexandre Baldy. Empresário, ex-deputado federal e ex-ministro (Das Cidades, da época de Michel Temer), Baldy é um forte candidato, mesmo diante do deputado estadual Antônio Gomide (PT), que já foi prefeito da cidade por duas vezes e é bem quisto pela população anapolina. 

Continua após a publicidade

Outro nome que surge, primeiro no ambiente estritamente político, agora de maneira mais declarada para o projeto de conquista da prefeitura, é o de Márcio Correa. Amigo do presidente do MDB, o vice-governador Daniel Vilela, Márcio apareceu em uma peça publicitária da legenda com ar de quem tem muito fôlego e muita disposição para voltar à disputa pela cadeira do cargo mais importante aos munícipes: o de prefeito de uma cidade da envergadura como Anápolis, com suas indústrias de dar inveja a muitas cidades maiores. 

Em 2020, Correa tentou arrancar a reeleição do colo de Roberto Naves, mas não deu. Perdeu. Na eleição de 2022, ao invés de concorrer à Alego, sabendo que a primeira-dama, Vivian Naves, o deixaria a ver navios, concorreu à Câmara Federal. Para o cargo, foi o mais bem votado na cidade, obtendo surpreendentes 28,3 mil votos, alcançando a suplência. Teve pouco mais de sete mil votos a menos do que teve quando concorreu à Prefeitura: ou seja, manteve com parte de seu eleitorado fidedigno, se tornando uma figura bem vista no MDB. Ou seja, viável. O desafio é conseguir colar no imaginário do anapolino que o jovem, que nunca teve mandato, consegue ser melhor prefeito do que outros caciques que podem tentar disputar, como o petista Antônio Gomide – reeleito à Alego com 45.256 votos – e/ou Alexandre Baldy que concorreu ao Senado em um acerto de apoio ao atual chefe dele, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). 

É que Baldy, seguindo outros políticos, lançou-se em candidatura avulsa na disputa que terminou com a vitória de Wilder Morais do PL, partido do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. 

Vale lembrar que o Partido Liberal tem discutido uma candidatura em Anápolis. Ao mesmo tempo em que se cogita lançar o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, há a possibilidade de composição com o MDB de Márcio Correa. Vitor Hugo foi um personagem proeminente da República. O mais fiel aliado de Bolsonaro na Câmara Federal, Vitor Hugo chegou a ser líder do governo, sendo um defensor sem precedentes do então presidente. 

Enquanto Bolsonaro corria contra o tempo para tentar reeleger-se na disputa do ano passado, Vitor Hugo nadou contra a maré ao disputar o governo de Goiás. O ex-deputado ficou em terceiro lugar, com pouco mais de meio milhão de votos. Bolsonaro, como se sabe, foi derrotado no segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A votação não é para qualquer um e asfalta o futuro político de Vitor Hugo que, saindo da garupa – literal e simbolicamente – de Bolsonaro, com histórico de ser focado e respeitoso, pode viabilizar-se.

Veja Também